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Os Santos Falam
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26/07/2014
Santa Tereza de Los Andes
Grandeza da visão histórica de Teresa de Los Andes



SANTA TERESA DE LOS ANDES
 
 
Corria o ano de 1918. A jovem chilena Joana Fernández Solar, dedicada estudante de História, apresenta três composições literárias ao Concurso Geral da Vicária, que a levaram a obter o primeiro prêmio, outorgado pela Academia.
 
É esta a mesma jovem que ingressará poucos meses depois no convento das Carmelitas de Los Andes (Chile), chamando-se a partir daí Teresa de Jesus, que veneramos com o nome de Santa Teresa de Los Andes.
 
Transcrevemos trechos da primeira das composições mencionadas, intitulada expressivamente “Demolidores e Criadores”. O conteúdo desta composição revela traços admiráveis e pouco conhecidos de seu pensamento e de sua personalidade. Sua visão de conjunto sobre decisivos acontecimentos históricos dos últimos séculos, a convicção com que esta jovem de 18 anos passeia pelos campos da teologia e da filosofia da História, e, sobretudo, sua fé na Igreja militante, constituem um reconfortante exemplo, uma admirável lição para todos aqueles que lutam em defesa dos valores da civilização cristã.
 
O fato de hoje as pessoas ficarem presas apenas a seus pequenos interesses e não levarem em consideração visões de conjunto como esta da jovem Joana, é que provoca a decadência intelectual e moral de nossos dias.
 
DEMOLIDORES E CRIADORES
 
“Há um poder sempre reinante, uma dinastia que não conhece ocaso, uma luz que jamais se extingue, e este poder tem sido sempre combatido, esta dinastia sem cessar perseguida, esta luz está continuamente circundada de trevas. Eis aqui a eterna história do poder da Igreja; da dinastia do Papado; da luz, da verdade. Enquanto tudo passa e perece a seus pés, a Igreja mantém-se erguida, porque está sustentada pelo poder do alto. Abramos a cortina do cenário dos povos modernos, e veremos que, em cada século, os filhos da Igreja têm que levar a seus lábios a trombeta guerreira. Esta luta não terminará porque eterno é o antagonismo entre a sombra e a luz. Enquanto os filhos da sombra demolem, os filhos da luz regeneram. Daí o título que adotamos: ‘Demolidores e Criadores’.
 
teresa de los andes2“O que se passou no século XVI? Os países da Europa se incendiaram no fogo de guerra fratricida. Na Alemanha, um astro sinistro se interpõe entre as almas e o sol da verdade. Lutero e seus sequazes dão o grito de guerra, o alvo de seus ataques é a autoridade da Igreja. Crede no que queirais! Qual é o fruto desta rebelião? A destruição da comunhão de ideias. As nações se veem inundadas em sangue, as almas envoltas nas trevas do erro, e a heresia, como rio desbordado, arrasta as massas populares, a nobreza, os tronos até os ministros do altar. Os canais por onde Deus derrama as graças sobre as almas estão, pois, envenenados.
 
“Mas, será possível que o mundo pereça? Não, eis que um novo astro surge no horizonte; é o ferido de Pamplona, Inácio de Loyola, que cai como soldado de um rei terreno e se levanta como guerreiro do Rei do Céu. Veio alistar uma companhia que não manejará a arma nem empunhará a espada. Quereis conhecer suas armas? O Crucifixo! Seu lema? Tudo para a maior glória de Deus! Seus soldados se derramaram por toda parte, e, portadores da luz da verdade, vão deixando atrás de si um sinal luminoso; luz derramam na Europa, na controvérsia, na pregação, no ensinamento; luz derramam nas Índias com Francisco Xavier que regenera nas águas do batismo milhões de almas; luz derramam os soldados da nova milícia por onde quer que dirigem seus passos.
 
“Viremos a página do século XVI e veremos no século seguinte o mesmo espetáculo de sombra e de luz, de demolidores e criadores. No século XVII vemos destacar-se entre as sombras uma figura de aspecto rígido e severo: Jansênio, que lança a frieza e a sombra por onde passa. A chama de amor vacila e acaba por extinguir-se com seu grito ímpio: ‘Cristo não morreu por todos! Fugi do Deus do Sacramento, posto que podeis perder sua boa vontade pela vossa indignidade. Fugi, Fugi!’, clamam os demolidores do século XVII, e as almas aterradas fogem… se enregelam e se perdem!…
 
“Deus estava ferido no mais delicado de seu amor… o Verbo pronuncia uma vez mais a palavra criadora que vai fazer brilhar a luz no meio das trevas: em Paray-Le-Monial se levanta um sol esplendoroso e vivificante. Jesus Cristo mostra a uma humilde visitandina seu Coração aberto, abrasado em chamas de amor, queixa-se do esquecimento dos homens e os chama a todos com insistência. A legião jansenista grita: Fugi, fugi!… A voz de Paray-Le-Monial chama em contrário: Venham, venham! A negra bandeira do terror cederá ante o formoso estandarte do amor, é isto tudo? Não, ali está o grande apóstolo da caridade, São Vicente de Paulo, que à imitação do Divino Mestre, chama o pobre, o enfermo, o menino; para todos há lugar em seu coração.
 
“A luta não terminou; o inimigo espreita sempre a Igreja. A tempestade é mais terrível do que nunca no século XVIII. Os corifeus da maldade, Voltaire e Rousseau, aparecem, o primeiro com o sorriso jocoso nos lábios e a blasfêmia na pluma, o segundo com o sofisma e a confusão nas ideias, e ambos com a corrupção no coração. Os pretendidos filósofos querem explicar tudo racionalmente, e proclamam à face do mundo que não há Deus, e arrancam Cristo do coração de nobres e plebeus, e ainda se atrevem a arrancá-lo do coração da criança.
 
“Parem, infames! Está ultrapassada vossa medida, esse santuário de inocência não pode ser traspassado, essas crianças pertencem a Jesus Cristo! Um apóstolo se levanta em nome do Deus da infância. João Batista La Salle funda as escolas cristãs, encerrando no coração dos pequeninos desvalidos a faísca da fé que se extingue por todas as partes [...]”.
 
“Ó Igreja, teu poder jamais será destruído! As trevas cobriram a face do universo na aurora do Tempo e ao ‘Fiat lux’ fugiram vencidas. Mais tarde as sombras da idolatria cobriram o mundo antigo, veio o Verbo e dissipou as trevas, porque o Verbo era a Luz. Hoje as sombras cobrem de novo o orbe cristão; mas ali está a palavra de Cristo, Verdade eterna: ‘Aquele que me segue e cumpre minha palavra não anda nas trevas’.
 
“Ó palavra de vida! A Ti amor eterno, a Ti eterna felicidade!”.
 
 Gregorio Vivanco Lopes
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(Cfr. Un lirio del Carmelo: Sor Teresa de Jesús- Juanita Fernández S., 1900 – 1920″, pp. 555 a 559; Imprenta de San José, Santiago, 1929).
 
                 Santa Tereza de Los Andes




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