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Dogmas da Fé Católica
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17/01/2014
DOGMAS DA FÉ CATÓLICA - Primeira Parte
Com relação à SS. Trindade e a Encarnação do Verbo



DOGMAS DA F´CATÓLICA I

 

Na religião católica dá-se o nome  de DOGMA a uma verdade divina que a Igreja propõe à nossa fé que temos obrigação de acreditar crer sob pena de cairmos em heresia.

                                                        Os principais dogmas de nossa  fé  encontram-se compendiados no Credo ou Símbolo dos Apóstolos;   há , porém, vários  outros que, no decurso dos séculos, foram definidos  e proclamados pelos numerosos  pastores da Igreja, os sumos Pontífices.  Deixa de ser considerado católico todo aquele fiel que nega alguma  das verdades ensinadas pela Igreja como dogma católico ou verdade revelada por Deus.  

                                                       Sua Santidade, o Papa  João Paulo II, em 18 de maio de 1998,  firmou Carta Apostólica, sob a forma de Motu Proprio, onde  reafirma e deixa clara a posição da Igreja no tocante à obediência que os católicos devem ter em relação aos dogmas da Igreja: 

"Cân. 1436 – §1.  Quem negar uma verdade que deve ser acreditada com fé divina e católica ou a puser em dúvida ou repudiar totalmente a fé cristã, e, legitimamente admoestado, não se corrigir, seja punido como herético ou como apóstata com a excomunhão maior; o clérigo pode, além disso, ser punido com outras penas, não excluída a deposição." (Clique aqui e leia na íntegra o documento apostólico) 

  

Os dogmas da Igreja pela sua forma compendiada: 

Profissão de fé ou Credo (Creio)  

1 . Símbolo Apostólico 

Creio em Deus Pai, todo-poderoso, Criador do céu e da terra / e em Jesus Cristo, Seu único Filho, Nosso Senhor /  que foi concebido pelo poder do Espírito Santo /  nasceu da Virgem Maria / padeceu sob Pôncio Pilatos / foi crucificado, morto e sepultado / desceu à mansão dos mortos / ressuscitou ao terceiro dia / subiu aos céus / está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso / donde há de vir a julgar os vivos e os mortos / Creio no Espírito Santo / na santa Igreja Católica /  na comunhão dos Santos /  na remissão dos pecados /  na ressureição da carne /  e  na vida eterna. Amém

2. Símbolo Niceno-constantinopolitano

Creio em um só Deus, Pai todo-poderoso, Criador do céu e da terra,  de todas as coisas visíveis e invisíveis. Creio em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho Unigênito de Deus, nascido do Pai antes de todos os séculos:  Deus de Deus, luz da luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não criado;  consubstancial ao Pai. Por ele todas as coisas foram feitas. E por nós, homens, e para nossa salvação, desceu dos céus e se encarnou, pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria, e se fez homem. Também por nós foi crucificado sob Pôncio Pilatos; padeceu e foi sepultado.  Ressuscitou ao terceiro dia, conforme as Escrituras, e subiu aos céus, onde está sentado à direita do Pai. E de novo há de vir, em sua glória, para julgar os vivos e os mortos; e o seu reino não terá fim.  Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida, e procede do Pai e do Filho; e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado: Ele que falou pelos profetas. Creio na Igreja, una, santa, católica e apostólica.  Professo um só batismo para remissão dos pecados. E espero a ressurreição dos mortos e  a vida  do mundo que há de vir. Amém.

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Relação dos principais dogmas da Igreja Católica: 

 

 

  • Dogmas sobre Deus

1.     A Existência de Deus

Possibilidade de reconhecer a Deus como a única luz da razão natural - O concilio Vaticano I (1869-1870), sob Pio IX (1846-1870), declarou:

 

"Se alguém disser que Deus vivo e verdadeiro, criador e Senhor nosso, não pode ser reconhecido com certeza pela luz natural da razão humana por meio das coisas que foram feitas, seja excomungado." (Dz. 1806). "A mesma Santa Mãe Igreja sustenta e ensina que Deus, princípio e fim de todas as coisas, pode ser reconhecido com certeza pela luz natural da razão humana partindo das coisas criadas." (cf. Dz. 1785).

 

O Concilio apresenta os seguintes elementos:

 

  1. O objeto de nosso conhecimento é Deus uno e verdadeiro, Criador e Senhor nosso; é portanto um Deus distinto do mundo e pessoal.

 

  1. O princípio subjetivo do reconhecimento é a razão natural em estado de natureza caída.

 

  1. Os meios do reconhecimento são as coisas criadas.

 

  1. Esse reconhecimento é de per si um reconhecimento certo.

 

  1. E é possível, ainda que não constitua o único caminho para chegar a conhecer a Deus.

 

Provas da Escritura:

  • "Pela grandeza e formosura das criaturas, por racionalidade se chega a conhecer ao Criador delas" (Sab.13,1-9.15).

 

  • "Porque desde a criação do mundo, a invisibilidade de Deus, Seu eterno poder e Sua divindade são conhecidos através das criaturas, de modo que são inescusáveis" (Rm 1,20).

 

A idéia de Deus não é inata em nós, mas temos a capacidade para conhece-Lo com facilidade, e de certo modo espontaneamente por meio de Sua obra.

2.     A Existência de Deus como Objeto de Fé

A existência de Deus não apenas é objeto do conhecimento da razão natural, mas também é objeto da fé sobrenatural - Segundo o Concílio Vaticano I (1869-1870), sob Pio IX (1846-1878), declarou em 24 de abril de 1870:

 

"A Santa Igreja Católica Apostólica e Romana, crê e confessa que existe um único Deus Verdadeiro" (Dz. 1782).

 

Este mesmo Concílio condenou como herética a negação da existência de Deus:

 

"Se alguém negar que apenas Deus é o Verdadeiro Criador e Senhor das coisas visíveis e invisíveis, seja excomungado" (Dz. 1801).

 

Provas da Escritura:

A fé na Escritura de Deus é condição indispensável para a salvação:

 

  • "Sem a fé é impossível agradar a Deus, pois é preciso que quem se acerque de Deus creia que Ele existe e que é remunerador dos que O buscam" (Hb 11,6)

 

A revelação sobrenatural da existência de Deus confirma o conhecimento natural de Deus, faz com que todos possam conhecer a existência de Deus com facilidade. Não existe contradição no sentido de que uma pessoa possa temer ao mesmo tempo a ciência e a fé da existência de Deus, já que, em ambos os casos, o objeto formal é diverso:

Evidência Natural X Revelação Divina

Ao primeiro chegamos pela razão natural e, ao segundo, pela razão ilimitada da fé.

3.     A Unicidade de Deus

Não existe mais que um único Deus - O concílio de Latrão (1215), sob Inocêncio III (1198-1216) declarou:

 

"Firmemente cremos e simplesmente confessamos que Deus é apenas Um" (Dz. 428). "A santa Igreja Católica Apostólica romana crê e confessa que existe um único Deus Verdadeiro e Vivo" (Dz. 1782).

 

Provas das Escrituras:

 

  • "Ouve Israel, Iaveh é nosso Deus, apenas Iaveh" (Dt 6,4).

 

  • "Sabemos que o ídolo não é nada no mundo e que não existe mais que um único Deus." (1 Cor. 8,4).

 

  • v. tb. At 14,14; 17,23; Rm 3,39; Ef 4,6; 1Tim 1,17; 2,5.

 

Os Santos Padres provam a unicidade de Deus por Sua perfeição absoluta e pela unidade da ordem do mundo. Diz Tertuliano:

 

"O Ser Supremo e Excelentíssimo precisa ser único, e não pode haver igual a Ele, porque se não for assim, Ele não seria o Ser Supremo, e como Deus é o Ser Supremo, com razão diz nossa verdade Cristã: Se Deus não é o Único, não há nenhum Deus"

 

São Tomás [de Aquino] deduz especulativamente a unicidade de Deus devido à Sua simplicidade, da infinidade de Suas perdições e da unidade do universo (S.Th. I,11,3).

A história comparada das religiões nos ensina que a evolução religiosa da humanidade não passou do politeísmo ao monoteísmo, mas sim, ao contrário, ou seja, do monoteísmo ao politeísmo (cf. Rm 1,18). Se opõe a este dogma básico do Cristianismo o politeísmo dos pagãos e o dualismo agnóstico-maniqueista que supunha a existência de dois princípios não criados e eternos.

 

4.     Deus é Eterno

DEUS É ETERNO
Enviado por: Dercio Antonio Paganini

Deus não tem princípio nem fim - O Concílio IV de Latrão e o Concílio Vaticano atribuem a Deus a eternidade:

 

"Firmemente cremos e simplesmente confessamos que apenas um é o Verdadeiro Deus eterno..." (Dz. 428). "A Santa Igreja Católica, Apostólica Romana crê e confessa que existe um único Deus Verdadeiro, Vivo, Eterno, Imenso, Incompreensível, Infinito em Seu entendimento e vontade e em toda perfeição" (Dz. 1782).

O Dogma diz que Deus possui o Ser Divino sem princípio nem fim, sem sucessão alguma, em um agora permanente e indivisível.

Provas das Escrituras:

 

  • "Antes que os montes, a terra e o universo tivessem sido criados, Tu existíeis desde a eternidade até a eternidade" (Sl 89,2).

 

  • "Antes que Abraão nascesse, eras Tu" (Sl 2,7; Jo 8,58).

 

Especulativamente, a eternidade de Deus se demonstra por sua absoluta imutabilidade; a razão última da eternidade de Deus é a plenitude absoluta de um ser que exclui toda potencialidade e, portanto, toda sucessão (S.Th. I,10,2-3).

 

5.     Santíssima Trindade

Em Deus há três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo; e cada uma delas possui a essência divina que é numericamente a mesma - O Concílio de Latrão (1215), sob Inocêncio III (1198-1216) diz:

 

"Firmemente cremos e simplesmente confessamos que apenas um é o Deus Eterno, Verdadeiro, Imenso, Imutável, Incompreensível, Onipotente e Inefável; Pai, Filho e Espírito Santo; três pessoas certamente, mas uma só essência, substância ou natureza absolutamente simples. O Pai não vem de ninguém, O Filho apenas do Pai, e o Espírito Santo de Um e de Outro, sem começo, sempre, e sem fim" (Dz.428).

 

O dogma da Trindade é declarado por este Concílio, mas o Concílio de Florença (1438-1445), sob Eugênio IV (1431-1447), apresentou um compêndio desta doutrina que pode ser considerada como a meta final da evolução do dogma:

"Por razão desta unidade, o Pai está todo no Filho todo no Espírito Santo; o Filho está todo no Pai e todo no Espírito Santo; o Espírito Santo está todo no Pai e todo no Filho. Nenhum precede ao outro em eternidade, ou o excede em grandeza, ou o sobrepuja em poder..." (Dz. 704).

 

Provas das Sagradas Escrituras:

 

  • No Antigo Testamento fica subentendida a alusão ao mistério da Trindade:

 

  • "Façamos ao homem..." (Gn 1,26).

 

  • "Disse-me Iaveh: Tu és Meu Filho hoje Te gerei" (Sl 2,7).

 

  • No Novo Testamento:

 

  • "O Espirito Santo virá sobre ti, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com Sua sombra, e por isto, o Filho criado será Santo, será chamado Filho de Deus" (Lc 1,35) - Espírito Santo, Altíssimo e Filho do Altíssimo.

 

  • "Viu o Espírito Santo de Deus descer como pomba e vir sobre Ele, enquanto uma voz do céu dizia: 'este é Meu Filho Amado, em Quem tenho Minha complacência'" (Mt 3,16ss).

 

  • "Ide, pois, e ensinai a todas as gentes, batizando-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo" (Mt 28,19).

 

Onde é revelado claramente o mistério da Trindade é em Mt 28,19. Assim como o homem pode por sua única razão descobrir a um Deus Uno, ao conhecimento de um Deus Trino não poderá chegar senão através da Divina Revelação.

Em Deus, a ação de entender, o mesmo que a de amar, se identificam com sua própria essência divina, pois seu entender e seu querer constituem um mesmo Ser. Por isso, nos dois procedimentos divinos, ou seja, que dá origem ao Filho por via de geração, e a que dá origem ao Espírito Santo por via de amor procedente do Pai e do Filho, não se dá sucessão alguma, nem por prioridade nem por posteridade... são eternas com a mesma eternidade de Deus.

O Pai, com efeito, vendo refletido em sua própria essência a Seu Verbo Divino, que é a Imagem perfeitíssima de Si mesmo, O ama com um amor sem limites. E o Verbo, que é a Luz do Pai, Seu Pensamento eterno, Sua Glória, Sua Formosura, o Esplendor de todas Suas perfeições infinitas, devolve a Seu Pai um amor semelhante, igualmente eterno e infinito. E ao encontrarem-se as correntes do amor que brota do Pai com aquela que vem do Filho, salta, por assim dizer, uma torrente de chamas que é o Espírito Santo, amor único, ainda que é mútuo, vivente e subsistente, abraço inefável, vínculo que completa ao Pai e ao Filho, na unidade do Espírito Santo (v. "Perfeição Cristã", de Roeo Marin, p. 53).

 

  • Dogmas sobre Jesus Cristo

1.     Jesus Cristo é verdadeiro Deus e filho de Deus por essência

Declara o Símbolo "Quicumque" do Concílio de Toledo (400-447):

 

"É necessário para a eterna salvação crer fielmente na encarnação de nosso Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, que é Deus e homem. É Deus engendrado na substância do Pai antes dos séculos..." (Dz. 40).

 

O dogma diz que Jesus Cristo possui a infinita natureza divina com todas suas infinitas perfeições, por haver sido engendrado eternamente por Deus.

Provas das Sagradas Escrituras:

 

Títulos que aludem à dignidade Divina do Messias:

 

  • Emanuel, Deus conosco (Is 7,14; 8,8).

 

  • Conselheiro admirável, Varão Forte, Pai do século futuro, Príncipe da Paz (Is 9,6).

 

  • "Tu és Meu Filho amado, em Ti deposito minha complacência..." (Batismo no rio Jordão - Mt 23,17).

 

  • "Este é Meu Filho muito amado, escutai-O ..." (Monte Tabor - Mt 17,5).

 

  • "...Não sabias que Eu devo ocupar-me nas coisas que dizem respeito ao serviço de Meu Pai..." (Lc 2,49).

 

  • "Todas as coisas foram o Pai quem as colocou em Minhas mãos e ninguém conhece ao Filho senão o Pai, e ninguém conhece ao Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho quiser revelá-lo..." (Mt 11,27).

 

Jesus equipara seu conhecimento ao conhecimento divino do Pai, porque possui em comum com o Pai a substância Divina. Os milagres são outra prova da divindade de Cristo:

 

"As obras que faço em nome de Meu Pai dão testemunho de Mim..." (Jo 10,25).

2.     Jesus possui duas naturezas que não se transformam nem se misturam

Afirma São Leão I Magno (440-461) em sua epístola dogmática de 13 de Junho de 449:

"Ficando então a salvo a propriedade de uma e outra natureza... natureza íntegra e perfeita de verdadeiro homem, nasceu Deus Verdadeiro, inteiro no seu, inteiro no nosso" (Dz. 143 ss.)

Também diz o Concílio de Calcedônia (451, IV Ecumênico):

 

"...Nosso Senhor Jesus Cristo, Ele mesmo perfeito na divindade e Ele mesmo perfeito na humanidade... que se há de reconhecer em duas naturezas: sem confusão, sem mudanças, sem divisão, sem separação e de modo algum apagada a diferença de natureza por causa da união, conservando cada natureza sua propriedade e concorrendo em uma só pessoa" (Dz. 148).

Tudo isto indica que Cristo é possuidor de uma íntegra natureza divina e de uma íntegra natureza humana: a prova está nos milagres e no padecimento.

Sagradas Escrituras:

 

  • "E o Verbo se fez carne..." (Jo 1,14).

 

  • "O qual, sendo de condição divina, não reteve avidamente o fato de ser igual a Deus, mas se despojou de si mesmo, tomando a condição de servo, fazendo-se semelhante aos homens e aparecendo em seu porte como homem..." (Fil 2,6-7).

 

3.     Cada uma das duas naturezas em Cristo possui uma própria vontade física e uma própria operação física

Declara o III Concílio de Constantinopla (680-681), sob Santo Agatão (678-681):

 

"Proclamamos igualmente, conforme os ensinamentos dos Santos Padres, que não existem também duas vontades físicas e duas operações físicas de modo indivisível, de modo que não seja conversível, de modo inseparável e de modo não confuso. E estas duas vontades físicas não se opõe uma a outra como afirmam os ímpios hereges..." (Dz. 291 e Dz. 263-288).

Sagradas Escrituras:

 

  • "Não seja como Eu quero, mas sim como Tu queres..." (Mt 26,39).

 

  • "Não seja feita Minha vontade, mas sim a Tua..." (Lc 22,42).

 

  • "Desci do céu para fazer não a Minha vontade, mas sim a vontade de Quem Me enviou..." (Jn. 6,38).

 

  • "Ninguém Me tira, Eu a doei voluntariamente, tenho o poder para concedê-la e o poder de recobrá-la novamente..." (Jo 10,18).

 

Apesar da dualidade física das duas vontades, existiu e existe a unidade moral porque a vontade humana de Cristo se conforma com a livre subordinação, de maneira perfeitíssima à vontade Divina.

4.     Jesus Cristo, ainda que homem, é Filho natural de Deus

Diz o Concílio de Trento (1545-1563), na sessão IV de 13 de Janeiro de 1547 (sob Paulo III; 1534-1549):

 

"...O Pai celestial... quando chegou a plenitude, enviou aos homens seu Filho, Jesus Cristo..." (Dz. 794, 299, 309).

Sagradas Escrituras:

 

  • "Deus não perdoou Seu próprio Filho, mas sim O entregou por todos nós..." (Rm 8,32).

 

  • "Deus tanto amou o mundo que lhe deu Seu Filho Unigênito..." (Jo 3,16).

 

  • "E uma voz que saia dos céus dizia: 'este é Meu Filho amado, em quem me alegro..." (Mt 3,17).

 

  • "E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e pudemos contemplar Sua glória, glória que recebe do Pai como Filho Único, cheio de graça e verdade..." (Jo 1,14).

 

Os Santos Padres sempre rechaçaram a doutrina da dupla filiação de Cristo. O sentido do dogma é: a pessoa que subsiste na natureza humana (de Cristo) é o filho natural de Deus. A filiação é propriedade da pessoa, não da natureza. Em Cristo não existe mais que uma pessoa que procede do Pai por geração eterna; pelo mesmo motivo, em Cristo não pode haver mais que uma filiação de Deus: a natural.

5.     Cristo imolou-se a si mesmo na cruz como verdadeiro e próprio sacrifício

Afirma o Concílio de Trento (1545-1563), sob Pio IV (1559-1565), a 17 de Setembro de 1562:

 

"O Sacrossanto Concílio... ensina, declara, ordena, que na Missa está contido e de modo não cruel se imola aquele mesmo Cristo, que apenas uma vez se ofereceu Ele mesmo cruelmente no altar da cruz..." (Dz. 940-122-951).

Sagradas Escrituras:

 

  • "Eis aqui o cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo" (Jo 1,29).

 

  • "Cristo nos amou e se entregou por nós todos em sacrifício e oblação a Deus..." (Ef. 5,2).

 

  • "Porque nosso Cordeiro Pascal, Cristo já foi imolado..." (Rm 3,25).

 

  • "Cristo se ofereceu uma vez como sacrifício para tirar os pecados do mundo..." (Hb 9,28).

 

O adversário deste dogma é o racionalismo (Dz. 2038). Cristo quando instituiu a Sagrada Eucaristia recordou o sacrifício de Sua morte:

 

"Este é Meu corpo que será entregue por vós..." (Lc 22,19).

Cristo, por sua natureza humana, era ao mesmo tempo sacerdote e oferenda, mas por sua natureza Divina, juntamente com o Pai e o Espírito Santo, era o que recebia o sacrifício.

 

6.     Cristo nos resgatou e reconciliou com Deus por meio do sacrifício de sua morte na cruz

Declara o Concílio de Trento (1545-1563), sob Pio IV (1559-1565):

 

"O concilio... por inspiração do Espírito Santo, ensina, declara e manda... Este Deus e Senhor Nosso, Jesus Cristo quis oferecer-se a si mesmo a Deus Pai, como sacrifício apresentado sobre a ara da cruz em sua morte, para conseguir para eles o eterno perdão..." (Dz. 938). "... que nos reconciliou com Deus por meio de Seu Sangue fazendo-Se por nós a Justiça, a Santidade e a Redenção..." (Dz 790).

Sagradas Escrituras:

 

  • "Preço do resgate por muitos..." (Mt 20,28).

 

  • "O qual se deu a Si mesmo em preço do resgate..." (1Tm 2,6).

 

  • "São justificados por Sua graça..." (Rm 3,24).

 

  • "...Ele se deu a Si mesmo por nós para redimir-nos de toda iniquidade..." (1Tm 2,14).

 

  • "...este é Meu Sangue da Aliança que se derrama sobre muitos para a remissão dos pecados..." (Mt 26,28).

 

São Paulo atribui à morte de Cristo a reconciliação dos pecados com Deus, ou seja, a restauração da antiga relação de filhos e amigos com Deus (cf. Rm 5,10).

7.     Ao terceiro dia depois de sua morte, Cristo ressuscitou glorioso dentre os mortos

Expõe o XI Concílio de Toledo (675), sob Adeodato (672-676):

 

"...ao terceiro dia, ressuscitado por sua própria virtude, se levantou do sepulcro." (Dz. 286)

 

Sua razão foi a união hipostática. A causa principal da ressurreição foi o lugar comum com o Pai e o Espírito Santo. Foi causa instrumental a parte humana de Cristo, unida hipostaticamente com a divindade, ou seja, o corpo e a Alma. É negada a ressurreição de Cristo em todas as formas de racionalismo antigo e moderno. Tal negação foi condenada por Pio X (Dz. 2036).

Sagradas Escrituras:

 

  • Não deixarás Tu minha alma no inferno, não deixarás que Teu justo experimente a corrupção..." (Sl 15,10).

 

  • "[Cristo predisse:] pois da mesma forma que Jonas esteve no ventre da baleia três dias e três noites, assim também o Filho do homem estará no seio da terra três dias e três noites..." (Mt. 12,40).

 

  • "Os Apóstolos davam testemunho, com grande poder, da ressurreição do Senhor Jesus..." (At 4,33).

 

Do ponto de vista apologético: a ressurreição é o argumento mais decisivo sobre a verdade dos ensinamentos de nosso Senhor:

 

"... e se Cristo não ressuscitou, nossa pregação é vazia e também a vossa fé..." (1Cor 15,14).

8.     Cristo subiu em corpo e alma aos céus e está sentado à direita de Deus Pai

Sob Inocêncio III (1198-1216), declarou o IV Concilio de Latrão (1215):

 

"...fielmente cremos e simplesmente confessamos: ressuscitou dentre os mortos e subiu ao céu em Corpo e Alma..." (Dz. 429).

 

Todos os símbolos da fé confessam, de acordo com o símbolo apostólico:

 

"...subiu aos céus e está sentado à direita de Deus Pai...".

Cristo subiu aos céus por sua própria virtude. O racionalismo é contrário a este dogma. O testemunho claro desta verdade da época apostólica, não deixa tempo suficiente para formação de lendas.

Sagradas Escrituras:

 

  • Cristo havia predito: "O espírito é aquele que dá a vida; a carne de nada serve. As palavras que lhes disse são espirito e são vida..." (Jo 6,63; 14,2; 16,28).

 

  • A realizou diante de testemunhas: "...com isto, o Senhor Jesus, depois de falar-lhes, foi elevado ao céu e se sentou à direita de Deus..." (Mc 16,19; Lc 24,51).

 

Importância: No aspecto cristológico é a elevação definitiva da natureza de Cristo. No aspecto sotereológico, é a coroação final de toda a obra redentora.

  • Dogmas sobre a Criação do Mundo

1.     Tudo o que existe foi criado por Deus a partir do Nada

Afirma o Concílio Vaticano I (1869-1870), sob Pio IX (1846-1877):

 

"Proclamamos e declaramos desta cátedra de Pedro... que unicamente este Verdadeiro Deus... criou do nada uma e outra criatura, a espiritual e a corporal, isto é, a angélica e a mundana, e logo a humana, como comum, constituída de espírito e corpo" (Dz. 1783).

 

Também o Concílio de Latrão, em 1215:

 

"...Criador de todas as coisas visíveis e invisíveis, espirituais e corporais, que por Sua onipotente virtude, existente desde o princípio dos tempos, criou do nada a uma e outra criatura..." (Dz. 428).

 

Provas da Sagrada Escritura:

 

  • "No princípio Deus criou o céu e a terra..." (Gn. 1,1).

 

  • "Te suplico meu filho, que olhes o céu e a terra, e vejas o quanto existem neles, e entendas que do nada Deus fez tudo isso" (2Mc 7,28).

 

  • "Pela fé conhecemos que os mundos foram dispostos pela palavra de Deus de modo que do invisível teve origem o visível" (Hb 11,3).

 

A criação do mundo do nada, não apenas é uma verdade fundamental da revelação cristã, mas também que ao mesmo tempo chega a alcançá-la a razão com apenas suas forças naturais, baseando-se nos argumentos cosmológicos e sobretudo na argumento da contingência.

2.     Caráter temporal do mundo

O mundo teve princípio no tempo - O Concílio Vaticano I (1869-1870), sob Pio IX (1846-1878), afirma:

 

"Determinamos declarar desta cátedra de São Pedro... desde o princípio do tempo, criou do nada..." (Dz. 1783). "...Criador de todas as coisas..." (Dz. 428).

 

Provas das Escrituras:

 

  • "Agora, Tu, Pai, glorifica-me próximo a Ti mesmo, com a glória que tive perto de Ti antes que o mundo existisse..." (Jo 17,5).

 

  • "Nos escolheu antes da constituição do mundo..." (Ef 1,4).

 

  • "Desde o princípio fundaste Tu a terra..." (Sl 101,26).

 

A doutrina da eternidade do mundo foi condenada (cf. Dz. 501-503). Contra a filosofia pagã e o materialismo moderno que suponha a eternidade do mundo, ou melhor dizendo, da matéria cósmica, a Igreja ensina que o mundo não existe desde toda a eternidade, mas teve um princípio no tempo. O progresso da física atômica permite inferir, pelo processo de desintegração dos elementos radiativos, qual seja a idade da terra e do universo, provando positivamente o princípio do mundo no tempo (Discurso de Pio XII, 22 Novembro 1951: Sobre a demonstração da existência de Deus à luz das modernas ciências naturais).

3.     Conservação do mundo

Deus conserva na existência a todas as coisas criadas - Diz o Concílio Vaticano I (1869-1870), sob Pio IX (1846-1877), a 24 de Abril de 1870:

 

"A Igreja Católica declara a partir desta cátedra... Tudo o que Deus criou, com sua providência o conserva e governa..." (Dz. 1784).

 

Provas da Sagrada Escritura:

 

  • "E como poderia subsistir nada se Tu no quiseras ou como poderia conservar-se sem Ti?" (Sb 11,26).

 

  • "Meu Pai segue trabalhando ainda e eu também trabalho" (Jo 5,17).

 

  • "E tudo Nele subsiste" (Col 1,17).

 

A ação conservadora de Deus é um constante influxo causal pelo que mantém as coisas na existência. São Tomas de Aquino define a conservação do mundo como continuação da ação criadora de Deus. É condizente à sabedoria e bondade de Deus conservar na existência as criaturas que são vestígio das perfeições divinas e servem, portanto, para dar glória a Deus.




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