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Exorcismo
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30/07/2008
A existência do demônio - Pe. Rufus Pereira
Exorcista autorizado pelo Vaticano trata o tema da libertação do demônio



A EXISTÊNCIA DO DEMÔNIO

 Exorcista autorizado pelo Vaticano trata o tema da libertação do demônio

 

"Qualquer pessoa que não acredite na existência do demônio, não pode dizer-se católica". É o que aponta o presidente da Associação Internacional para o Ministério de Libertação da Renovação Carismática Católica (RCC) e vice-presidente da Associação Internacional de Exorcistas, Padre Rufus Pereira.

 O exorcista autorizado pelo Vaticano e pároco da Arquidiocese de Bombaim, na Índia, esteve na sede da Comunidade Canção Nova, em Cachoeira Paulista (SP).  Conduziu dois Acampamentos de Cura e Libertação, um retiro com cerca de 100 padres e atendeu em coletiva de imprensa o Sistema Canção Nova de Comunicação.

 Para padre Rufus, o motivo pelo qual muitos na Igreja não se preparam para ajudar os fiéis que sofrem interferência do demônio ocorre pelo fato de nunca terem tido uma experiência com o sofrimento dos possessos e nem terem visto como a libertação pode acontecer. O sacerdote também é diretor do Instituto Bíblico Carismático Católico e foi recentemente integrado ao órgão internacional da RCC, o ICCRS, em Roma.

Canção Nova: A existência do demônio e sua ação sobre o mundo é algo que está na doutrina da Igreja. Mas por que muitos não acreditam na existência e no poder dele sobre a humanidade?

 Padre Rufus: Bem, por um lado está bem claro em certo entendimento, no entendimento dos católicos, por meio da Bíblia, de todos os documentos da Igreja nesses dois mil anos e de todos os ministérios passados, nesses últimos anos, estão certos de que o demônio existe.

 Infelizmente, muitos professores acadêmicos - tenho medo de que até homens da Igreja - negam a existência do demônio. Padre Gabrielle Amorth, presidente da Associação dos Exorcistas, na qual fui vice-presidente por 10 anos, é muito firme em dizer que qualquer pessoa que não acredite na existência do demônio, não pode dizer-se católica.

 A razão pela qual eu acredito que muitos neguem a existência do demônio é porque eles nunca tiveram uma experiência com os sofrimentos de outras pessoas com relação a isso e nunca viram como elas podem ser libertas. Eu desafio todos os homens de dentro da Igreja: venham e vejam apenas um caso e saberão que o inimigo existe e que Jesus é o único que pode libertá-los.

 Canção Nova: E a formação dos futuros sacerdotes, em grande parte dos seminários, que não aborda temas como a ação do demônio e não os ensina a lidar com este tipo de situação?

 Padre Rufus: É muito, muito triste que, – os que estão sendo treinados para ser soldados de Cristo e alcançar a vitória para o bem de todos –, não saibam quem é realmente o inimigo de Deus. Felizmente, há alguns poucos lugares nos quais está havendo algumas mudanças. Um exemplo disso é que o reitor do seminário em Praga, na capital da Tchecoslováquia, convidou-me para dar um curso de cura e libertação aos seminaristas, como professor palestrante.

 Na Índia, há duas grandes universidades de teologia, onde sou professor palestrante de teologia bíblica e ensino isto para todos aqueles que estão fazendo doutorado e PhD, todos os anos. Uma semana falo sobre o ministério de cura de Jesus; outra, sobre o ministério de libertação de Jesus. Uma pequena mudança está acontecendo, mas não é rápido o suficiente.

 A Conferência dos Bispos da Itália teve a coragem de escrever uma carta na qual eles, unanimemente, dizem que os dois grandes problemas enfrentados na Igreja da Itália é que, de um lado, as pessoas, que se dizem católicas, são muito supersticiosas; do outro, que os católicos não estão cientes de que estão buscando ajuda em seitas inimigas.

 Canção Nova: Qual é a realidade da América Latina, mais especificamente do Brasil, quanto ao trabalho de ministros de exorcismo no atendimento às pessoas?

 Padre Rufus: Acredito que esta é uma situação também da América Latina, onde as pessoas mudam constantemente de religião. Elas são muito supersticiosas, exemplo disso é que elas acreditam muito em aspectos errados da religião e, por outro lado, elas estão indo atrás do inimigo. De forma que os trabalhos da Igreja são dois: alertá-las sobre o que Jesus disse sobre o perigo de ir até o inimigo e, por outro lado, mais importante, é apresentá-las a alternativa de uma forma poderosa em que Jesus, sozinho, pode resolver todo problema maligno, curá-las de qualquer doença física ou espiritual, libertá-las de qualquer opressão, seja ela humana, demoníaca ou de qualquer outro tipo.

 Canção Nova: Qual a contribuição que a Renovação Carismática Católica (RCC) trouxe para a formação dos sacerdotes ministeriados em cura e libertação?

 Padre Rufus: Bem, a Renovação Carismática Católica tem realizado duas coisas maravilhosas, como o ministério de cura, que é um presente da RCC para a Igreja e também o ministério de libertação. Infelizmente, enquanto muitos na RCC promovem e acreditam no ministério de cura e libertação, muitas coisas ainda não são feitas – até mesmo pela própria RCC –, para alertar as pessoas sobre a importância da libertação e para promover esse ministério. Então, a RCC, por si mesma, precisa fazer muito mais para conscientizar as pessoas sobre o ministério da cura e, especialmente, sobre o ministério de libertação. Eu sou muito grato porque, aqui no Brasil, a Canção Nova pensa da mesma forma que eu.

 Canção Nova: Qual a recomendação para um padre que se sente despreparado para lidar com alguém influenciado pelo demônio?

 Padre Rufus: Muitas vezes, as pessoas não têm conhecimento sobre este assunto, e a primeira coisa a fazer é ler os melhores livros disponíveis para esses tipos de problema. Um bom exemplo é ler o livro de Frei Francis chamado "Libertação dos espíritos malignos". No apêndice desta obra há uma entrevista que ele fez comigo, há alguns anos. Você também pode ler os meus pequenos livros sobre alguns artigos sobre a ação do Espírito Santo, que nos explica que a nossa ignorância sobre o assunto é o grande problema.

 Devido à falta de experiência, normalmente, a única forma de saber o que fazer é estar presente em um caso com um bom exorcista de libertação e ver o que acontece. Muitas pessoas, que fazem parte desses ministérios, como o padre Manuel Sabino (fiquei sabendo que ele esteve aqui na Canção Nova), me viram trabalhando com esses casos por dias e semanas, e, agora, estão caminhando com suas próprias pernas.

Pe. Rufus Pereira

 




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