Escada do Céu - 2007
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20/09/2007
Vocação Fundamental e Específica - I
Proposta de Deus e resposta humana
Origem: Vem do verbo latino VOCARE que significa chamar. Vocare, por sua vez, vem de VOX que significa voz (som).
Podemos dizer, então, que existe alguém que chama e alguém que é chamado quando se trata de vocação. Definindo melhor: Deus é o sujeito da vocação. A iniciativa é sempre de Deus, de Iahweh. A criatura humana, na sua concretude, é o objeto da vocação que a afeta no mais profundo do seu íntimo.
Como definir teologicamente a vocação? Apresentamos algumas definições:
· É um chamado de Deus que tem como finalidade a realização plena da pessoa humana.
· É um gesto gracioso de Deus que visa à plena humanização do homem.
· É dom, é graça, é eleição cuidadosa, visando à construção do Reino de Deus.
· É um chamado para fazer algo, para cumprir uma missão.
· Toda pessoa é vocacionada e eleita por Deus.
Para entendermos melhor o significado da vocação, precisamos fazer uma distinção entre:
VOCAÇÃO FUNDAMENTAL e VOCAÇÃO ESPECÍFICA.
Por VOCAÇÃO FUNDAMENTAL entendemos o chamado de Deus à cada pessoa: À VIDA DE SANTIDADE, no momento da criação de sua alma, ao ser concebida. A primeira e fundamental vocação, portanto, é a vocação à santidade.
Em Gn 1,26-27 lemos que Deus fez o homem à Sua imagem e semelhança, homem e mulher Ele os criou. E para que fôssemos Sua Imagem e Semelhança, Ele nos criou no estado de JUSTIÇA e SANTIDADE. Em Levítico 19,2 lemos: “Sede santos, porque Eu, Iahweh vosso Deus, sou Santo”. Na primeira Epístola de São Pedro, cap. 1,versículos 15 a16 o Apóstolo retoma o tema quando impõe aos neófitos os requisitos necessários para uma vida nova:
“Antes como é santo Aquele que vos chamou, tornai-vos também vós santos em todo o vosso comportamento, porque está escrito: Sede santos, porque Eu sou Santo”
Portanto, a VOCAÇÃO FUNDAMENTAL é um chamado a desenvolvermos plenamente todas as nossas potencialidades.
Todas as VOCAÇÕES ESPECÍFICAS derivam desta Vocação Fundamental.
Já por VOCAÇÃO ESPECÍFICA, entendemos a maneira própria de como cada pessoa realiza a sua vocação fundamental. As vocações específicas são três: Vocação Sacerdotal, Religiosa e Leiga.
COMO DEUS CHAMA
Pessoalmente pelo nome
Em Gênesis 1, 1-9 temos a vocação de Abrahão – o Pai da Fé – quando é chamado pessoalmente por Deus: “sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai para a terra que te mostrarei.”
Em Êxodo 3, 1-12 Deus chama Moisés para Libertar o seu povo da escravidão do Egito.
No Primeiro Livro de Samuel, capitulo 3, lemos como Iahweh chama Samuel quando estava por findar a missão de Eli.
Já no Novo Testamento temos diversos textos onde vemos que Jesus chama pessoalmente os Apóstolos para o seguirem.
Pelos valores que nos atraem
Um exemplo bem recente é o de Madre Teresa de Calcutá: Ela foi interpelada fortemente vendo o valor da dignidade humana sendo atirada à sarjeta e ninguém se importando com isso. Iniciou uma obra de extraordinária grandeza que a levaria aos altares.
Pela comunidade
Ao participarmos ativamente dos trabalhos da nossa comunidade paroquial Deus suscita em nós o desejo de colocar os nossos dons a serviço do Reino de Deus. Todos têm dons e estes devem ser exercitados em favor do bem comum. O dom nos é dados para o bem do próximo e não para nosso uso individual apenas.
Pelas necessidades do mundo e da Igreja
O mundo criado por Deus tem necessidade de homens que coloquem seus talentos à serviço da sociedade para a construção de um Reino justo e fraterno. Infelizmente, o que vemos hoje é que os talentos são usados em benefício próprio ou de paises apenas e, muitas vezes, para criar obras de destruição e de guerra.
Mas, Deus chama também para obras na Igreja: Os nomes são tantos que seria muito longo enumerar os principais. Mas, eu queria apenas citar Francisco de Assis quando ele é chamado a reconstruir Igreja: “Francisco reconstrói a minha Igreja que está em ruínas”. E todos nós conhecemos a obra extraordinária que perdura até aos dias de hoje.
Através de mediadores diretos.
O convite de um sacerdote a um jovem para a vida sacerdotal ou religiosa. O convite para assumir os diversos ministérios eclesiais, de acordo com as nossas capacidades e assim por diante.
Infelizmente o homem caiu em pecado e, com isso, perdeu a semelhança com Deus, perdeu a santidade (Gn 3,1ss). Mas, por um desígnio inefável do Criador que não abandona a Sua criatura à própria sorte, enviou o Seu Filho Unigênito para redimir a humanidade pecadora. Assim, o homem poderá novamente restabelecer a semelhança com Deus através da aspersão do Sangue do Cordeiro, por meio dos Sacramentos instituídos por Cristo e que permanecem, em sua totalidade, na Igreja Católica.
Vocação Batismal
É pelo Sacramento do Batismo que somos chamados a viver a santidade. Este sacramento nos restabelece no estado original de santidade, como Imagem e Semelhança de Deus. E não só isso: Ele também nos dá a Filiação divina. Portanto, pelo Sacramento do Batismo nós participamos, por adoção, da Natureza Divina. Jesus é Deus por natureza e nós somos deuses por adoção. Este é um mistério inefável e um dom divino que deveria ser vivido intensamente por todos os cristãos.
É também pelo Batismo que recebemos o tríplice múnus de Cristo: Sermos Reis, Sacerdotes e Profetas.
Reis enquanto administradores de todos os bens criados por Deus e postos à nossa disposição.
Sacerdotes enquanto nos santificamos e santificamos o nosso próximo.
Profetas enquanto anunciamos o Reino de Deus, o Evangelho da Salvação, enquanto anunciamos Cristo único Caminho que nos leva a Deus Pai, única Verdade que nos liberta e única Vida que nos sacia plenamente. Daqui também decorre a nossa vocação missionária. Assim como Jesus foi enviado pelo Pai assim, também nós somos enviados: “Ide por todo o mundo e fazei meus discípulos todas as nações”.
A mensagem do Evangelho é um convite, um chamado contínuo a seguirmos Jesus Cristo.
Jesus, portanto, CHAMA e, ao mesmo tempo, dá uma MISSÃO. É uma iniciativa gratuita, proposta que parte de Deus a qual chamamos de Dimensão Teológica. A esta proposta divina corresponde uma resposta humana pela qual conscientemente respondemos ao plano de amor de Deus. É o que chamamos de Dimensão Antropológica. No entanto, por causa do livre arbítrio, do qual todos nós somos dotados, a resposta humana poderá ser SIM, como foi o Sim de Maria mediante o qual todas as coisas foram recriadas. “Eis que faço novas todas as coisas.”
Mas, infelizmente, a resposta também poderá ser NÃO o que inviabiliza o Projeto de Amor de Deus para com aquela pessoa que responde negativamente.
No Catecismo Antigo quando o catequista perguntava para que fomos criados? A resposta era unânime: Para conhecer, amar e servir a Deus e depois viver com ele no Paraíso. Esta resposta, embora correta, não é completa: O fim último e definitivo do homem e da mulher é a Gloria de Deus! Todas as coisas criadas proclamam a Glória do Criador. Não que Deus precise da nossa glória. A Glória de Deus é uma glória infinita, mas Ele é glorificado nos Seus dons e na Sua graça que atuam em nós. E para que Deus receba esta glória que Lhe cabe por direito, devemos fazer frutificar em nós a sua graça produzindo frutos de santidade e de justiça.
Observação: Palestra proferida durante a Escada do Céu a cargo de Florianópolis, São José e adjacências.
MISSÃO SALVAI ALMAS
Cláudio Heckert, Confidente de Nossa Senhora, residente em Porto Belo, SC
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