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Pedro Longo fala
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27/07/2008
O Apóstolo dos Gentios
Quem foi Paulo de Tarso?



 

     Quem foi Paulo?  O maior de todos os apóstolos, o maior missionário de todos tempos, o grande teólogo e doutor das nações na fé e na verdade (1 Tm 2,7).

Nasceu e cresceu em Tarso, na Cilícia, então um dos centros intelectuais do Império Romano. Cidadão romano por nascimento, pertencia a uma família de fariseus fervorosos, tendo sido iniciado desde cedo nas leis e tradições judaicas (At 16, 38; 22,29); quando jovem, assentara-se como discípulo aos pés de Gamaliel, doutor na Lei (At 22,3). Seu nome judaico era Saul, como o primeiro rei de Israel, sendo ambos da tribo de Benjamim (At 7,59; Rom 11,1; Flp 3,5). Já homem adulto entrou em contato com o cristianismo que começou logo a perseguir, guiado por seu cego e farisaico zelo da Lei Mosaica, considerando isso um dever sagrado (At 7, 58; 26,9; 1 Tim 1,13).

Quando a caminho de Damasco Cristo lhe apareceu, falou-lhe e feriu-o com a cegueira. A tríplice narrativa desse milagre não deixa dúvida quanto à realidade da aparição de Cristo, que produziu tal efeito em Paulo que o transformou noutro homem (At 9, 1-22; 22, 1-16; 26, 12-20). Em Damasco, recuperou a vista e foi batizado pelo piedoso discípulo Ananias (At 9,10). Depois partiu para o deserto para, só com Deus, reconstruir a estrutura interior do homem de fé (At 9; Gal 1,17). Três anos mais tarde, o encontramos, em Damasco, pregando Jesus como o Messias esperado e Filho de Deus. Os judeus enraivecidos tramaram sua morte, mas conseguiu fugir, descendo das muralhas da cidade, em um cesto (2 Cor 11, 33). Foi então a Jerusalém para visitar Pedro, e daí passou para Tarso, onde permaneceu alguns anos, até que Barnabé o levou consigo para Antioquia. Foi em Antioquia que recebeu a última ordem do Espírito Santo, isto é, ir aos gentios e pregar-lhes a Boa Nova (At 9,30; 11,25; 13,1-3; Gal 1, 21). Foi em Antioquia que os discípulos de Cristo pela primeira vez foram chamados de cristãos (At 11,26).

Empreendeu sua primeira viagem missionária com Barnabé, visitando Chipre e as principais cidades da Pisídia e Licaônia. Nesta viagem, preferiu usar o seu nome romano, Paulo (At 13-14). De volta a Antioquia, encontraram dentro da Igreja uma crise que dividia os ânimos na questão da obrigatoriedade dos ritos mosaicos para neo-convertidos do paganismo. Paulo e Barnabé foram então enviados a Jerusalém, onde viram prevalecer o seu ponto de vista, no Concílio, ali reunido sob a presidência de Pedro, e com a colaboração de bom número de outros apóstolos (foi este o 1º Concílio Ecumênico da Igreja). As decisões foram consignadas numa carta (At 15, 23-29), primeiro documento, pontifício e conciliar, que estabelecia a não obrigatoriedade de certas prescrições mosaicas, especialmente a circuncisão para os convertidos vindos do paganismo (At 15; Gal 2). Fez ver também a Pedro que sua atitude vacilante não condizia com a firmeza de suas convicções e decisões (Gal 2, 11-14).

Sua segunda viagem o levou por muitas regiões da Ásia Menor, tocando mesmos terras da Europa, na Macedônia e Acáia (At 15, 36-18, 23). Nesta viagem teve por companheiros, primeiro, Silvano e, mais tarde, Timóteo e Lucas. De Corinto, escreveu duas vezes aos fiéis de Tessalônica.

Empreendeu uma terceira viagem, revendo muitas comunidades. Em Éfeso, demorou-se cerca de três anos até, que forçado a partir, voltou para Corinto; despedindo-se da Igreja de Éfeso, reunida em Mileto, velejou para a Judéia (At 18, 23-24, 26). Nesta terceira viagem, escreveu aos Gálatas, aos Romanos e duas vezes aos Coríntios. 

Em Jerusalém o esperava a prisão, como já o prevenira o Espírito Santo (At 21, 11), pela boca do profeta Ágabo. Os judeus tentaram matá-lo no Templo; salvou-o um tribuno romano. Quarenta judeus juraram então sua morte, mas um sobrinho de Paulo, relatou a conspiração ao tribuno (At 21, 27-23, 35), que o remeteu de noite com boa escolta para Cesaréia, onde se encontrava Félix, então o procurador da Judéia. Após dois anos de prisão, percebendo Paulo as intenções do procurador, apelou para o Imperador Romano, demandando justiça; pelo que, foi removido para Roma, onde veio a chegar após superar uma forte tempestade e conseqüente naufrágio nas costas de Malta (At 27-28). Suportou mais dois anos de prisão em Roma, durante os quais, escreveu aos Efésios, Colossenses, Filipenses e Filemon. Conseguida a liberdade, e terá talvez empreendido a projetada viagem à Espanha (Rom 15, 24-28), de acordo com a tradição.

Nos últimos anos de sua vida, percorreu as igrejas do Oriente. Em Creta, deixou como bispo, Tito (Ti 1,5); em Éfeso, Timóteo (1 Tim 1,3). Foi nesta viagem que escreveu a primeira carta a Timóteo e a Tito.

De regresso a Roma, por motivos a nós desconhecidos, foi novamente preso. Escreveu então a Segunda Carta a Timóteo: Lucas era o único que estava com ele (2 Tim 4, 11). Diz-nos a tradição que foi condenado à decapitação, porque, nessa época, os cidadãos romanos talvez já estivessem isentos da cruel crucifixão. Seu desejo fora realizado: Pregara Cristo ao mundo e a Roma, centro mundial.

Paulo doou sua vida e derramou seu sangue pela causa do evangelho de Jesus Cristo e pela salvação das nações.

Suas últimas palavras são escritas de maneira magistral: “Quanto a mim, já fui oferecido em libação, e chegou o tempo de minha partida. Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé. Desde já me está reservada a coroa da justiça, que me dará o Senhor justo juiz, naquele dia” (2 Tm 4, 6-8)

O Martírio de Paulo

 No outono pela manhã, do ano 67, em Roma, o grande Apóstolo de Cristo testemunhou a sua santíssima fé com o martírio, durante o governo do cruel Nero. Como diz Holzner: “O melhor e o pior homem daquele século encontraram-se frente a frente”. Paulo o santo homem de Deus e Nero o mais depravado instrumento do diabo.

Mãos cristãs enterraram o corpo do Apóstolo a duas milhas do lugar do suplício, numa propriedade agrícola da matrona romana Lucina, onde se ergue a atual Basílica de São Paulo Extramuros. Significativamente, não há sepulturas cristãs, mas apenas pagãs, nas proximidades do cemitério onde repousou o corpo do Apóstolo dos Gentios. A arqueologia mais recente confirmou essa antiga tradição; aliás, que outro motivo poderia ter levado os cristãos a construir essa igreja num local tão afastado das moradias da comunidade e exposto ás inundações do Tibre?

O corpo do Apóstolo permaneceu enterrado numa sepultura singela até a perseguição do imperador Valeriano, no século III, quando o Estado procurou pilhar os tesouros dos cristãos e destruir os seus cemitérios. Os cristãos romanos transferiram então os corpos dos dois Apóstolos, Pedro e Paulo, para as catacumbas de São Sebastião, na Via Ápia, e a Igreja sentiu-se de tal modo reconhecida pela salvação dessas preciosas relíquias que comemora esse dia, 29 de junho, com a festa litúrgica dos dois grandes Apóstolos de Jesus Cristo. O Papa São Silvestre transladou novamente as duas relíquias para as suas sepulturas primitivas, nas igrejas construídas sobre os seus antigos túmulos por Constantino. Cinqüenta anos mais tarde, os três imperadores Valentiniano II, Arcádio e Honório edificaram, no lugar da pequena basílica constantiniana, a célebre Basílica de São Paulo Extramuros, concluída no ano 395, que ultrapassou em audácia e em grandeza qualquer outra edificação da Antiguidade.   

 Saulo de Tarso - Shaul, em hebraico significa: filho obtido de Deus pela oração. Paulo, em latim significa: pequeno.

            Na história de Israel temos dois Sauls. Um que foi o primeiro rei de Israel e não foi fiel ao seu chamado; deixando um péssimo exemplo para nação. O outro fiel e zeloso e das tradições judaicas, pensando fazer pelas obras a perfeita vontade de Deus. Todavia, incompleto estava sua maneira de servir a Deus com todos os seus preceitos religiosos.

            Para ser um vaso escolhido e ser fiel ao seu chamado e deixar um maravilhoso exemplo para todas as nações como servo correto de Deus, ele mesmo escreve: “A mim que outrora era blasfemo, perseguidor e insolente. Mas obtive misericórdia, porque agi por ignorância, na incredibilidade. Superabundou, porém, para mim, a graça de nosso Senhor, com a fé e o amor que há em Cristo Jesus” (1 Tm 1,13.14).

            Em outras palavras, teologicamente falando, Paulo queria dizer: pela Lei, não tinha a revelação completa dos mistérios de Deus, que é Cristo (Cl 1, 27; 2, 2.3).

O primeiro Saul é exemplo da Lei, do zelo religioso incompleto e mortal.

O segundo Saul é exemplo da graça, do zelo completo revelação divina e da salvação eterna. (Cf. 2 Cor 3,6; Gl 3,10).

O primeiro Saul aclamando rei de Israel pelo povo, rejeitando a teocracia (1 Sm 8,7). Seu reinado teve um fim suicida (1 Sm 31, 4.5).

O segundo Saul foi aclamado por Cristo e aceitando o seu reinado (At 9, 1-18). Sua missão foi um sucesso e seu fim foi uma glória para o cristianismo.

Tenhamos muito cuidado com aclamação e o poder que o povo oferece! Como também o viver segundo a letra fria da lei religiosa e seus preceitos sem o calor e a virtude do Espírito Santo. Que o diga a velha vida de Saulo de Tarso (Gl 1, 13.14).

 A cidade de Tarso

 “Eu sou judeu, nascido em Tarso da Cilícia” (At 22,3).

Escreve Holzner: “Em Tarso nasceu o homem que, salvo graças a uma igual ousadia a fé, havia de percorrer o mundo como Apóstolo, anunciando aos homens o grande e único meio de salvação: a confiança em Deus”.

Esse homem é Paulo, o Apóstolo dos Gentios. Que nasceu na célebre cidade e Tarso. Capital da província romana da Cilícia no sudeste da Ásia Menor (Sul da Atual Turquia).

Tarso era o antiqüíssimo centro comercial, linha divisória de duas culturas: a civilização Greco-romana do Ocidente e a civilização semítico-babilônica do Oriente.

Tarso era uma cidade comercial livre, centro privilegiado dos negócios mundiais, especialmente pela preciosa madeira de construção que descia do Touro em jangadas.

Tarso rivalizava em importância cultural com Alexandria e Atenas, e era lá que se iam buscar os preceptores dos príncipes imperiais de Roma. A formação da personalidade espiritual do Apóstolo não podia, pois, deixar de refletir essas características dominantes da cidade: o espírito grego e a língua grega, o direito romano e o rigor das sinagogas judias. Daí o seu tríplice nome: Shaul (hebraico), Saulo (grego), Paulo (Latim).

“O ambiente de Tarso, em que Saulo cresceu e onde passou longos anos antes e depois da sua conversão, explica-nos a influencia helenística que sofreu e a que o judaísmo do diáspora não podia subtrair-se nem na vida nem na cultura. Hoje, todos reconhecem unanimemente que a maneira de pensar e a forma de vida dos gregos teve influencia considerável sobre o espírito de Paulo”, afirma Holzner (1).

Missionário e Teólogo   

 Não sabemos o ano certo do nascimento de Paulo. Alguns historiadores situam o seu nascimento entre o ano 5 a 10 depois de Cristo.

Como de costume, Paulo recebeu a educação na casa de seus pais, na sinagoga e na escola ligada a ela. Aos 15 anos deixou a sua cidade natal e mudou-se para Jerusalém, onde matriculou-se na insigne escola do rabino Gamaliel, que segundo as tradições judaicas, é considerado o primeiro dos sete grandes rabinos de Israel. São Lucas escreve: “Era doutor da Lei, respeitado por todo o povo e que Paulo foi educado aos seus pés” (At 5, 34; 22,3).

Paulo teve uma formação acadêmica excelente, que nos dias atuais corresponde a um doutorado na Universidade de Harvard.

As treze Epístolas de sua autoria sintetizam seu pensamento apostólico que fundamentam a santa doutrina cristã.

A Igreja Primitiva recebeu grande influencia do pensamento teológico paulino. Prova disso são suas cartas representarem quase a metade dos vinte e sete livros do Novo Testamento.

Até São Pedro Apóstolo reconhecem a profunda sapiência do seu amado colega (Cf. 2 Pd 3, 15.16).

James Dunn declara: “Em especial, devemos considerar o valor permanente do exemplo do próprio Paulo, não apenas como Cristão e teólogo, mas também com doutor e pastor, ou, numa palavra, como apóstolo” (2).

Paulo foi escolhido por Cristo como missionário para levar o seu precioso nome diante das nações pagãs, dos reis e dos filhos de Israel (At 9,15).

Ele mesmo escreve: “Eu fui designado pregador, apóstolo e doutor das nações na fé e na verdade” (1 Tm 2,7).

“Paulo desempenhou um papel maior na evangelização dos primeiros cristãos”, afirma o teólogo biblista Jerome Murphy-O’Connor, professor da Escola Bíblica e Arqueológica de Jerusalém e autor do livro Paulo: Biografia Crítica.

Realmente, para enfrentar os monstros pagãos da cultura greco-romana, era necessário um homem com o poder vulcânico missiológico e teológico para detonar os poderes das trevas: e esse homem foi Paulo (Cf. At 13, 8-12; 16,25-26; 19,24-27; 20, 7-12; 28, 3-6; 2 Cor 11, 23-28).   

A conversão de São Paulo Apóstolo celebrada no dia 25 de Janeiro é simbólica, já que não se sabe o dia exato da sua conversão.

 Conclusão

 São Paulo Apóstolo é para sempre um modelo de cristão, de pastor, de missionário, de mestre e de piedoso líder religioso.

A sua obra é monumental para todas as gerações.Foi um gênio na estratégia missionária e um herói na pregação do Evangelho de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

O Apóstolo dos Gentios foi o maior doutrinador do cristianismo. O maior baluarte da sagrada teologia e da apologética cristã.

De perseguidor implacável dos cristãos, torna-se um deles no caminho de Damasco e vai ser o Arauto mais perseguido por causa da sua nova experiência de fé no Messias.

Fica gravado em nossos corações seus belos e abissais ensinos sobre: a fé, a graça, a esperança e o amor.

De tudo que foi falado e escrito sobre O Apóstolo, Pregador e Doutor das Nações, resta tão somente seguir o seu maravilho conselho: “Sede meus imitadores, como eu mesmo o sou de Cristo” (1 Cor 11, 1).

 Pe. Inácio José do Vale




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