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Cláudio fala
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23/08/2015
Amália
Meu maior sonho, é ter um filho Padre!



AMÁLIA

 

- Meu maior sonho, é ter um filho Padre!

Isso dizia Amália, às suas amigas, aos vizinhos, aos parentes, e rezava sempre, pedindo a Deus para que chamasse um de seus sete filhos – 4 homens e três mulheres - à vida religiosa ou sacerdotal.

Um deles, o segundo dos homens, achou que havia sido chamado e foi ao Seminário com treze anos de idade. A cidade toda soube, tamanha era a euforia da mãe, que contagiava e enchia de alegria a todos os corações.

Amália era muito amada e tida como uma mulher dinâmica, batalhadora, de caráter firme e bondoso.

- Mulher de fé!

Suas orações frequentes, seus sacrifícios, suas penitências, as Santas Missas, tudo era oferecido aos sacerdotes e jovens, para que vivessem ou sentissem o chamado de Deus e o aceitassem com amor.

O Padre, para ela, era realmente a pessoa de Cristo, e isto em qualquer circunstância e em todos os momentos.

- O Padre é Jesus – dizia a todos, e principalmente aos filhos.

E rezava! Como rezava!

O filho do seminário, após três anos, abandonou a caminhada, causando grande tristeza à mãe.

- Não tenho vocação, disse ele, nos braços da mãe. Perdão, Mãe!

Com o coração partido, ela chorava muito: seu sonho não realizara.

- Que pena filhinho, Deus não te achou capaz! Mas vamos continuar rezando: afinal, tem tantos outros jovens por aí! O importante é mesmo, rezar para que Jesus não fique sem padres. Rezar pelas outras mães para que elas sejam abençoadas e dignas de tão sublime graça!

- Se Dona Amália não é digna- diziam os vizinhos ou quem a conhecia – então, quem é digna?

Amália não reclamava, pois sabia que:

- Só Deus tem o direito de escolher a quem Ele quer!

O filho mais velho não sentiu o chamado e as moças, três, também não seguiram os caminhos dos conventos...

Mas, a boa alma de Amália, não deixava de rezar!

- Que tua vontade seja feita, meu Deus! Quem sou eu para escolher?

Na sala de sua casa onde ela, todas as noites, reunia a família para rezar o terço, havia um pequeno quadro de Nossa Senhora de Lourdes, tendo Santa Bernadete rezando aos Seus pés, com a seguinte inscrição:

“Certa vez vi minha mãe, rezando aos pés da Virgem Maria: Era uma Santa que ouvia, o que outra Santa dizia!”

O quadro se repetia em Amália, cada vez que ela rezava!

Amália não tinha cultura: não estudou. Mal sabia escrever algumas palavras que sua mãe havia ensinado. Mas sua mãe morreu quando ela tinha apenas treze anos e, desde então ficara responsável para cuidar de seus oito irmãozinhos!

Não teve infância. Não teve juventude. Casou jovem e continuou cuidando dos irmãos menores e do sogro, doente e viúvo!

- Deus me vê – dissera na época – e Ele acha que sou capaz disto, então aceito esta Missão e farei o melhor que posso!

Cuidou de todos os irmãos, do sogro, dos seus sete filhos, do esposo, com amor, dedicação e fé, como só os santos sabem fazer!

Seu sonho pareceu querer tornar-se realidade quando, num dia lindo de sol, um sacerdote veio bater à sua porta...

Ela joelhou-se, pediu a Bênção, beijando-lhe as mãos!

- Deus te abençoe, filha! Estes dois meninos, que estão cantando tão alegres lá no quintal, são teus filhos?

- Eles estão trabalhando: estão“capinando”...

- Sim! “Capinando” e cantando felizes! São teus?

- Sim! São os mais novos dos rapazes.

- Eles não querem ser padres?

Ela estremeceu! Sentou-se em um pequeno banco. Suava...

- A Senhora não se sente bem?

- Padre, Padre: o senhor é Jesus e está chamando os meus filhos?

Seu coração queria saltar...

Desde este dia, uma alegria imensa tomou conta de seu coração, e novamente toda a vizinhança, os vizinhos dos vizinhos, os amigos, souberam da notícia e todos a felicitavam e se alegravam com ela.

Amália pôs-se a trabalhar em dobro, pois precisava preparar o enxoval de seus filhos: costurava, bordava, fazia faxina nas casas dos outros, e cada tostão era destinado ao enxoval. Fazia “rifas” de algum objeto ou móvel que tinha em casa; ia de porta em porta pedir ajuda: um cobertor, um lençol, uma roupa usada... E trabalhava de sol a sol, pois seu esposo – operário de fábrica – apenas conseguia alimentar o lar... Ele também a ajudava na casa, no quintal, e a vender rifas, pois também estava feliz pelo fato sua esposa estar feliz!

“Se você ama alguém, você deve fazer de tudo para vê-la sorrir!”

Os dois eram felizes! A família era feliz!

Os meninos foram para o Seminário, e na despedida, só ela estava ali, pois seu esposo já havia ido ao trabalho, na tecelagem.

- Meus filhinhos – disse ela ao abraça-los e beijá-los – Eu queria que vocês levassem o meu coração dentro do de vocês, mas também queria que vocês deixassem os de vocês, dentro do meu!

Seu choro seguiu adiante, atrás do caminhão que levava seus filhos, até que os olhos o perderam de vista, ou ainda, até quando seus vizinhos a acomodaram em uma cadeira na sua varanda.

- Eu sei que Deus cuidará deles! Eu sei!

Era o primeiro dia do mês de Fevereiro, e ela sabia que só poderia vê-los novamente, no final do mês de Dezembro.

E, novamente pôs-se à luta.

- A história não pode parar!

Ainda tinha quatro filhos para cuidar e sustentar, e dois deles estavam no Seminário, e seria então necessário dobrar os esforços, e os joelhos!

Seu esposo acidentou-se e ficou sem condições de trabalhar, limitando-se apenas a ajudar no pouco que podia à sua esposa na lida da casa.

As dificuldades se apresentaram ainda mais fortes, quando ela foi atropelada em sua bicicleta, por um carro: conduzido por Ivo, seu próprio filho!

O “destino” se fazia cruel demais!

- Como vou ajudar os futuros padres, os meus filhinhos?

- Não deves te preocupar, dizia seu esposo, se Deus os chamou, certamente proverá do necessário.

Amália teve fraturas nas duas pernas, que a deixou impossibilitada de trabalhar por muito tempo, e isto a inquietava...

- Não precisa mandar mais nada para os seus filhos! O Seminário cuidará deles – lhe disse o Padre Superior, ao visita-la!

Ficou tranquila: Deus estava realmente cuidando de seus filhos.

- O Senhor é Santo! Só o Senhor é Santo! Obrigada, Senhor...

Três anos depois, um dos meninos, o maior, abandonou o Seminário!

- Mas sei que ele será um grande homem, pois viveu um pouco de sua vida com os santos, dizia ela entre lágrimas e soluços.

Para ela os sacerdotes eram santos, e sentia-se segura e, de certa forma, orgulhosa por ter o privilégio de ter seus filhos aos cuidados deles. Mas, mais uma vez pediu perdão a Deus por sentir-se indigna de ter um filho padre!

No ano seguinte o mais novo também não quis mais seguir o caminho sacerdotal.

Com fortes dores na alma ela rezava ainda mais e pedia ao esposo e filhos que rezassem sempre mais, com muito amor e fervor:

“Pai, enviai santos operários à Vossa Messe, porque a Messe é grande e poucos são os operários!”

- São tão poucos!

Suas lágrimas não paravam de cair.

O tempo passou e todos os filhos se casaram.

O Joaquim – o último a sair do seminário - se engajou nos trabalhos paroquiais e ordenou-se Diácono Permanente, em 1987.

- Que alegria, meu Deus! Deus escolheu um de meus filhos!

Joaquim era casado: teve filhos, netos e, teve sua mãe e pai sempre perto dele.

A Mãe, após a morte do esposo, foi cuidada com muito amor pelo filho Diácono, e isto era motivo de muito orgulho e felicidade. Amava ver seu filho celebrando, e, principalmente amava as suas homilias.

- O Joaquim transmite aquilo que ele vive!

De fato, Joaquim foi um grande homem, um grande Diácono, amado por todos.

- Deus não me achou digna de ter um filho padre, mas Ele me deu um filho Santo!

Amália faleceu em 1994, nos braços de seu filho Diácono. Seu semblante estampava a alegria que sentia em seu coração tão bonito!

- É esta a Santa da família – disse o Diácono, na despedida final!

Amém!

 

Cláudio Heckert

Porto Belo 27/07/2015




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