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21/07/2011
A comunhão dos Santos



Nosso Senhor Jesus Cristo fundou, durante Sua vida mortal, uma associação para a glorificação de Seu Pai e a salvação das almas: a Igreja Católica Apostólica Romana.
Esta é a Sua única Igreja, e a ela é que Ela confiou a Sua doutrina, para ser ensinada, e os Seus Sacramentos, para serem administrados, até o fim dos tempos.
E, embora a Igreja neste mundo seja uma sociedade visível, ela não se reduz, todavia, a essa organização jurídica, mas sim engloba toda uma realidade sobrenatural: a Igreja é o Corpo Místico de Cristo, quer dizer, há uma cadeia de laços sobrenaturais unindo os membros da Igreja com Cristo e entre si, à semelhança dos órgãos de um corpo unidos entre si e com a cabeça.
O laço essencial que une as almas a Cristo é a Graça Santificante, com seu cortejo de Virtudes e Dons, visto que foi Cristo que nos conquistou esse tesouro, merecendo-o para nós com o Sacrifício da Cruz.
E é interessante notar que a Graça Santificante que as almas recebem em sua Justificação, é, precisamente, uma participação da Graça Santificante que há na Santíssima Alma Humana de Jesus, de modo que é como se Jesus houvesse reunido um tesouro incalculável e dele fosse repartindo conosco, sem diminuí-lo, porém.
Outra riqueza inesgotável que o Redentor nos oferece, no mistério da Comunhão dos Santos, são os Seus Méritos considerados em si mesmos.
Sendo Jesus o Deus Infinito feito homem, todas as Suas ações, palavras, pensamentos, e até o menor de Seus gestos, tinham todos um mérito, um valor infinito, como atos da Segunda Pessoa da Santíssima Trindade.
Esses méritos Jesus os foi acumulando durante toda a Sua vida, desde o primeiro instante no seio materno da Virgem Maria, e sobretudo na Sua Paixão e Morte, cujo valor uma eternidade inteira não bastará aos eleitos para acabar de compreender.
Em Sua Bondade, Jesus permite e deseja que aproveitemo-nos de Seus méritos como se fossem propriedade nossa, oferecendo-os ao Pai Eterno em expiação de nossos pecados, para suprir a adoração que Deus merece receber de nós mas que somos incapazes de oferecer, em agradecimento pelos benefícios recebidos, para obtermos as graças de que necessitamos, etc.
Esse humilde oferecimento dos méritos de Jesus foi recomendado por Ele mesmo à Santa Matilde.
A Igreja oficialmente apela aos méritos de Cristo em suas preces públicas ("... Per Christum Dominum nostrum...") e ao conceder as Santas Indulgências (que já explicaremos).
Quis a Providência Divina, contudo, que não apenas entre Cristo e as almas houvesse os mais fortes laços sobrenaturais, mas também entre as próprias almas que formam o Seu Corpo Místico, que é a Igreja, como num organismo vivo, em que os membros, embora diferentes, se auxiliam uns aos outros, e o bem de um beneficia também todos os demais.
A Igreja, em sua totalidade, é composta por três partes (que são, por assim dizer, como três estados de uma mesma nação): Igreja Militante (a da terra), Igreja Padecente (a do Purgatório) e Igreja Triunfante (a do Céu).
Os três estados da Igreja não estão isolados uns dos outros, senão que se ajudam mutuamente.
No Céu, os Santos oram por nós e pelas almas do Purgatório, e os Anjos, além de orarem por nós, ainda nos protegem diretamente, sobretudo os Anjos que a Providência Divina destinou ao cuidado de cada um de nós: os Anjos da Guarda, que são como irmãos espirituais ao nosso lado.
Os Anjos também visitam e consolam as almas do Purgatório, e intercedem por elas, como nós podemos e devemos fazer, oferecendo orações, boas obras e indulgências por elas.
As almas do Purgatório, por sua vez, nada podem fazer em beneficio de si mesmas, mas oram por nós, que ainda peregrinamos neste mundo de pecado.
E nós, por fim, com nosso culto aos Santos e Anjos, aumentamos a glória acidental dos mesmos (cuja glória essencial é a Visão Beatífica), como que ajudando a recompensá-los também neste mundo, e entre nós mesmos ajudamo-nos, mediante orações, bons exemplos, apostolado, etc., a alcançarmos o fim sobrenatural para que fomos criados: o Céu.
É, pois, realmente intensa a interatividade entre a Igreja do Céu, do Purgatório e da terra. Se pudéssemos ver...
Na terra, pertencem à única Igreja de Cristo os que são batizados, crêem em tudo quanto a Igreja ensina e professam submissão ao Sumo Pontífice Romano.
Não pertencem, pois, à verdadeira Igreja, os pagãos (isto é, todos os não batizados), os hereges (que são aqueles que negam ou duvidam de uma ou mais verdades da Fé Católica), os cismáticos (que são os que recusam estar em comunhão com o Papa e os demais bispos unidos a ele) e os excomungados (ou seja, os expulsos da Igreja por causa de algum crime).
Outras espécies de pecadores são tolerados na Igreja, de modo que esta vem a compor-se, na terra, tanto de bons católicos quanto de maus católicos: aqueles são seus membros vivos e estes os seus membros mortos.
Fora da Igreja não há salvação, bem como também não se salvam os que, apesar de pertencerem à Igreja, morrem em pecado mortal.
Quando falamos de "Comunhão dos Santos", estamos nos referindo a uma espécie de união sobrenatural que Deus instituiu entre os membros da Igreja na terra, no Purgatório e no Céu, pela qual eles como que põem em comum entre si os bens sobrenaturais que alcançaram.
Embora a salvação eterna ocorra de modo individual, e não de modo coletivo, todavia os membros da Igreja se ajudam mutuamente na obtenção da glória celeste, através daquilo que se chama de reversibilidade dos méritos.
Não podemos repartir diretamente com os outros a parte do nosso mérito chamada "de justiça", ou seja, nossos graus de Graça Santificante e de Glória Eterna são intransferíveis.
No entanto, a realidade é que quanto mais Graça Santificante possuirmos, tanto mais poderemos ajudar as outras almas.
Isso porque Deus se agrada tanto mais em derramar Graças Atuais eficazes através de uma alma, quanto mais esta estiver unida a Ele pela Graça Santificante, visto que, diante dEle, uma pessoa vale tanto quanto possui de Graça Santificante, nem mais nem menos.
É essa a explicação do fato, registrado inúmeras vezes pela história da Igreja, de que até a simples presença de um Santo converte e eleva mais almas do que os esforços de todos os pregadores pouco santos.
As mesmas coisas, ditas às mesmas almas, por quem possua muita Graça Santificante, produzem muito mais efeito do que quando ditas por um cristão medíocre e pouco rico sobrenaturalmente.
Pelo que se vê quanto estão iludidos os que esperam produzir frutos de apostolado sem estarem mergulhados na vida sobrenatural: somente o sobrenatural que transborda numa alma é que atinge decisivamente as outras almas (6).
O bem é, por sua natureza, difusivo, e, assim, o Bem Sobrenatural presente numa alma em estado de Graça, tende a difundir-se, a espalhar-se, a beneficiar as outras almas, a começar por aquelas que estiverem próximas.
Quanto mais Graça Santificante uma alma possua, mais Deus olha para ela com amor e, por causa dela, espalha Graças Atuais à sua volta.
E se uma alma em estado de Graça Santificante atrai as Graças Atuais a seu ambiente, uma pessoa em pecado mortal, pelo contrário, as afasta daí, e tanto mais quanto mais numerosas ou piores forem as culpas que traz na alma. Exercemos influências sobrenaturais de que nem suspeitamos...
Nossas boas obras, contudo, além do mérito propriamente dito (o mérito "de justiça", e que é um direito a possuir mais Graça Santificante nesta vida e mais Glória na outra), têm também um valor impetratório e um valor propiciatório.
'Valor Impetratório', isto é, nossas boas obras são premiadas por Deus com a concessão de Graças Atuais para nós e para os outros por causa de nós.
'Valor Propiciatório', isto é, nossas boas obras servem como expiação direta dos nossos pecados e podem servir também para pagar as dívidas das almas do Purgatório e reparar, indiretamente, os pecados das outras pessoas deste mundo.
Quando uma pessoa em estado de Graça reza, por exemplo, o Rosário, ou faz um dia de jejum, essa sua boa obra, além de lhe adquirir méritos para a eternidade, expiar parte de seus pecados e obter-lhe novas Graças Atuais, ainda alcança Graças Atuais para outras pessoas ao redor do mundo, afasta castigos (sobretudo espirituais) que os pecadores mereceriam, e pode mesmo ajudar a libertar almas do Purgatório.
Esse terço, pois, que alguém reza aqui, pode estar sendo decisivo para que um pagão se converta lá na China, ou para que um católico não se torne protestante lá na Inglaterra, bem como esta inspiração de fazer mais penitência que alguém aqui teve, pode ser fruto das orações de uma alma que ele nunca viu na vida.
Assim, Deus reverte o valor de nossas boas obras em benefício de almas que nem imaginamos, como também faz chegar até nós graças nascidas das boas obras de pessoas que também nem sonham com a nossa existência.
E isso não apenas nas dimensões do espaço, mas também nas do tempo: Deus pode reverter os méritos impetratórios e propiciatórios de uma pessoa do século XIII, por exemplo, em benefício de outra do século XX, ou vice-versa, de modo que a Comunhão dos Santos garante um entrelaçamento sobrenatural entre os méritos das almas, superando as categorias de espaço e tempo.
Sirva essa verdade de estímulo para jamais nos cansarmos de fazer boas obras em prol das almas, ainda quando não vejamos nenhum fruto aparente de nosso zelo.
Pois, como diz-nos o Padre Scrijvers, numa página memorável:
“(...) o serviço que os homens prestam à causa divina não é, geralmente o que se vê.
O reino de Deus, ainda que exista neste mundo, não é deste mundo: é espiritual e, portanto, oculto.
Muito do que julgamos ver em volta de nós não passa de aparência.
Muitos dos personagens que neste mundo parecem ocupar um lugar importante, dirigir os negócios, favorecer ou combater interesses, são meras sombras que passam num instante para dar lugar a outras sombras.
Mas o pano não se levanta e a peça principia sem que os verdadeiros atores se mostrem. E este cenário é imenso.
Circunscritos entre horizontes limitados, apenas percebemos alguns detalhes. Como, pois, nestas condições, julgar do papel que Deus reserva a cada um?
Porque só Ele distribui os papéis, e os adapta ao conjunto, e os faz convergir para um fim, só dEle conhecido.
Como nos enganamos supondo a nossa vida sem utilidade e estéreis os nossos esforços, só porque o êxito não os veio coroar!
Há homens eminentes votados ao serviço do bem, quer no mundo quer no claustro, cujos empreendimentos aparentemente goraram. (...)
Contudo, ninguém triunfou tanto como esses homens sempre derrotados, ninguém teve um êxito tão real como esses heróis sempre vilipendiados, sempre derrubados pela violência, ninguém prestou tantos serviços à causa da verdadeira civilização e da Fé como esses eternos vencidos. (...)
Aquele que se julga destinado a um perpétuo insucesso, é quem mais vitórias conta aos olhos de Deus; aquele que se tem por incapaz de grandes feitos é, sem que o saiba, escolhido pelo Mestre Soberano para lançar as bases das Suas obras mais belas; aquele que se lamenta em segredo da inutilidade da sua vida torna-se instrumento de salvação para milhares de pecadores; aquele cujos empreendimentos são contrariados, cujas intenções são condenadas, cuja existência é despedaçada como um torrão que se esmaga, torna-se a rocha inquebrantável, a pedra angular, sobre a qual Deus levantará o edifício da Sua glória.
Sem dúvida, esses homens e mulheres nem sempre serão as felizes testemunhas desse triunfos, os espectadores agradecidos dessas ressurreições.
Deixarão talvez esta terra esmagados sob o peso dos seus reveses e desilusões, mas Deus vela e acolhe os seus esforços.
Virá um dia em que recompensará os seus sacrifícios e o tempo em que fará que a semente produza fruto centuplicado. (...)
A oração, o exemplo, os atos de um coração simples, produzem uma irradiação de graças cujos efeitos se comunicam a um número de almas cada vez maior, alargando sempre o seu círculo à medida que se afastam do foco donde promanam.
As relações das almas entre si, a sua dependência recíproca, a influência que exercem continuamente umas sobre as outras, são-nos quase inteiramente desconhecidas.
Apenas sabemos, por alto, que Deus as santifica umas pelas outras, que concede às almas imperfeitas, fracas ou pecadoras, luzes e forças em atenção aos méritos daquelas que Lhe são caras, que aceita o sacrifício de certas almas para converter determinado pecador, afastar um flagelo da Igreja, apressar a conversão de uma nação. Mas os pormenores destas permutas misteriosas, destas influências secretas e desta solidariedade ficam para nós na penumbra”.
Não é em vão que a própria Virgem Maria, em Sua aparição de agosto de 1917, em Fátima – Portugal, disse aos pastorinhos:
“Rezai, rezai muito e fazei sacrifícios pelos pecadores, pois vão muitas para o inferno por não haver quem se sacrifique e peça por elas”.
E São João Maria Vianney disse:
“Os pobres pecadores! Os pobres pecadores!... Há alguns que estão em suspenso. Um Pai-Nosso e uma Ave-Maria bastariam para fazer pender a balança... Quantas almas podemos converter pelas nossas orações!”  
À Santa Gema Galgani, Nosso Senhor assim se expressou:
“Minha filha, tenho necessidade de vítimas (...). Preciso de almas que expiem pelos pecadores e pelos ingratos com os seus sofrimentos e tribulações. Oh! Se Eu pudesse fazer compreender o quanto meu divino Pai está irritado contra o mundo ímpio!... Já nada retém a Sua Justiça, e um espantoso castigo está iminente sobre todo o universo”.
E Santa Verônica Giuliani, devido às suas vigílias de oração e penitência pelos pecadores, teve de ouvir dos demônios: “Maldita tu! Maldita tuas penitências! (...) Nos roubas almas: no-las pagarás!”.
Como dissemos, quanto mais Graça Santificante possuirmos, tanto mais nossas preces e sacrifícios terão eficácia para socorrerem o próximo.
No Céu, a Igreja Triunfante, ou seja, os Anjos, os Santos e todos os Bem-Aventurados, oram incessantemente pelos membros da Igreja Militante (nós) e pelos membros da Igreja Padecente (as almas do Purgatório).
E mesmo a intercessão de cada uma das almas habitantes do Céu é tanto mais eficaz quanto mais Graça Santificante ela tiver acumulado em vida e, por conseguinte, quanto mais gloriosa for no Céu.
Assim sendo, quem poderá calcular o valor das preces da Santíssima Virgem Maria, Mãe de Deus, Ela que é a pura criatura que mais Graça Santificante possui?
Realmente, Nossa Senhora é a “Onipotência Suplicante”, como A chamam os Santos, visto que tudo pode obter de Deus com Seus rogos, e Medianeira de todas as Graças, o que significa que todos os benefícios que nos vem do Pai Eterno, após passarem pela mediação de Jesus, o Verbo Encarnado, passam depois, e sempre, pela intercessão/mediação de Maria, de tal forma que, mesmo quando outros Santos intercedem e obtêm uma Graça, esta não deixa de passar por Maria.
Nada melhor para nós, portanto, se quisermos obter muitas Graças Atuais, para nós e para os demais, do que sermos devotíssimos da Virgem Imaculada, a qual é como um grande, imenso reservatório onde o bom Deus concentrou o oceano ilimitado de Suas Graças.
Como acima dissemos, quanto mais uma pessoa possui Graça Santificante, mais ela cativa o Coração de Deus e atrai Graças Atuais a um ambiente até só com sua simples presença.
Aplique-se isso à Virgem Maria e se verá como tinha razão São Luís Maria de Montfort ao dizer que Nossa Senhora é, por assim dizer, um ímã ao Espírito Santo, atraindo-O irresistivelmente para junto dos devotos dEla.
Uma dica, portanto, que oferecemos aos nossos leitores, extraída dos escritos dos Santos, é que, na sua vida espiritual, insistam, de modo todo especial, nas duas devoções que mais próprias a atrair a Graça Atual: a devoção à Paixão de Cristo e a devoção à Virgem Maria, porque, afinal, o que moveria mais o Pai Celeste à piedade, do que a voz do Sangue de Seu Unigênito, cravado numa Cruz, e as súplicas dAquela a quem quis constituir Mãe de Seu Filho?
Essa riqueza inesgotável, constituída pelos Méritos infinitos de Cristo, pelos Méritos imensos da Virgem Imaculada e pelos Méritos de todos os Santos, foi confiada por Cristo à Sua única Igreja como um Tesouro Espiritual, do qual ela tira esses recursos inestimavelmente valiosos que são as Indulgências.
A Confissão perdoa as nossas culpas e a correspondente pena eterna que elas mereceriam se foram graves, mas deixa ainda as penas temporais devidas a elas, isto é, deixa a alma ainda com dívidas sobrenaturais a pagar, em expiação dos pecados que cometeu.
Essas dívidas temporais são como uma comutação, uma substituição das penas eternas merecidas pelo pecado: a perfeita Justiça Divina exige que seja satisfeita ao menos uma parte do castigo infinito que o pecado merece.
Neste mundo, essa satisfação à Divina Justiça pode ser prestada através de orações, penitências e toda espécie de boas obras (constituindo a parte “propiciatória” dos nossos méritos) ou no Purgatório, através de dores sobrenaturais provocadas na alma.
A reparação, com efeito, que cada pecado, mesmo perdoado na Confissão, requer, é bem mais grande do que comumente se imagina.
Requer-se muitíssima oração e penitência para pagar a dívida de um só pecado mortal, mesmo já confessado (o que, contudo, ainda não é nada em comparação do inferno de que se escapou).
Uma alma, então, que tivesse cometido muitos pecados graves, mesmo depois de confessá-los teria pouca probabilidade de conseguir expiar neste mundo as penas temporais devidas aos seus pecados, porque suas forças e sua vida seriam curtas para a intensidade de penitência que teria de fazer, e então necessitaria ainda, apesar de todos os seus esforços, de passar pelo fogo terrivelmente cruel do Purgatório.
Foi pensando nessas grandes dificuldades em que tantas almas se encontrariam, de expiar seus pecados já confessados, que Nosso Senhor confiou à Sua Igreja o poder de perdoar também as penas temporais devidas aos pecados já perdoados quanto à culpa.
Isto, pois, é o que a Igreja faz concedendo uma Indulgência a alguém: ela oferece à Justiça Divina o seu Tesouro Espiritual, constituído pelos méritos infinitos de Jesus e pelos méritos da Virgem Maria e de todos os Santos, em reparação dos pecados daquela alma, com o que a dívida destes fica paga.
A Igreja, com a autoridade que Deus lhe conferiu, aplica o seu Tesouro Espiritual às dívidas daquela alma: se essa aplicação for sem limites, paga-se então, necessariamente, toda e qualquer dívida (uma vez que o Tesouro é infinito), e a isto dá-se o nome de Indulgência Plenária. Já se for uma aplicação limitada, pagar-se-ão, pois, só as dívidas que a quantia de méritos disponibilizada baste para cobrir, e a isto dá-se o nome de Indulgência Parcial.
Para, contudo, não facilitar demasiadamente a vida dos pecadores convertidos, a Igreja decidiu só conceder Indulgências sob o cumprimento de certas condições (15).
Podemos lucrar Indulgências para nós mesmos ou para as almas do Purgatório (acerca das quais trataremos ao falar da Vida Eterna), mas não para outras pessoas deste mundo, pois destas, que ainda podem se socorrer, Deus exige que por si mesmas aproveitem estes recursos para saldar suas dívidas sobrenaturais.
Pois bem; todas essas múltiplas riquezas espirituais, proporcionadas pela Comunhão dos Santos, a qual põe em comum, até certo ponto, os méritos dos membros do Corpo Místico de Cristo, que é a Igreja, essas riquezas são perdidas pelos que não pertencem à Comunhão dos Santos ou que dela participam imperfeitamente.
Estão fora da Comunhão dos Santos aqueles que estão fora da Igreja, a saber: os pagãos, os hereges, os cismáticos e os excomungados.
As outras almas em estado de pecado mortal, ou seja, os maus católicos, participam, mas apenas muito imperfeitamente, da Comunhão dos Santos, visto que, apesar de terem perdido a essência da Vida Sobrenatural, que é a Graça Santificante, todavia, como se conservam no número dos filhos da Igreja, ainda têm algum direito ao influxo sobrenatural de Graças Atuais provocado pelos méritos dos outros membros da Igreja, seus irmãos na Fé.
Já os pagãos, hereges, cismáticos e excomungados, não sendo membros da Igreja de Cristo, não têm qualquer direito a mais mínima participação nos méritos destes, embora também recebam Graças Atuais, mas só a título de esmola, por assim dizer, as quais apenas por misericórdia se lhes dispensa, tendo em vista a sua conversão.
Se queremos, pois, nos beneficiar plenamente do mistério da Comunhão dos Santos, tratemos de ser sempre católicos, e bons católicos, unindo a Fé e as Boas Obras, a pertença à Igreja e a posse da Graça Santificante.
 
(Irmão Afonso Maria da Cruz – leigo consagrado)
 




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