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A ESCOLHA DOS DOSE
Deixando-os depois espalhados pelo campo, subi ao monte, levando comigo Pedro e André, Tiago e João, Tomé e Tiago dito o menor, porque veio posteriormente à minha escola Filipe e Bartolomeu e o publicano convertido Mateus, Simão e Judas, chamado Tadeu, e Judas Iscariotes, que depois foi o traidor.
No cimo do monte, com estes doze discípulos, rezei ao Pai, e ordenei-lhes também orassem e suplicassem ao Pai o auxílio e a graça de poderem executar a sua vontade e exercer o ofício para o qual tinham sido escolhidos e destinados.
Enquanto os discípulos oravam, disse ao Pai: “Eis, Pai, apresento-me a vós, unido a este meu pequeno rebanho, e ofereço-me disposto a sofrer, da parte deles a negação do maior e a traição do menor; e igualmente, o abandono e a fuga no tempo da paixão. Por isso, peço-vos divino Pai, perdoar-lhes. Como não desdenho sofrer tudo por vosso amor, assim não desdenheis perdoar-lhes por meu amor as falhas e as ingratidões. Dai-lhes graça superabundante, a fim de que possam seguir-me e imitar-me na pregação. Dai a Pedro fé viva e estável, de modo que nele não venha jamais a faltar, porque o destinei para pedra fundamental e chefe da minha Igreja. Dai também a todos os seus sucessores a mesma fé estável e permanente. Dai ainda a todos os outros a graça e os auxílios necessários, a fim de que possam seguir-me na pregação. Dai força a todos de suportarem as perseguições e as tribulações, os padecimentos encontrados no curso de minha pregação e não permitais que algum deles se separe de mim e desista de seguir-me. Dai-lhes a perseverança no caminho empreendido. Desapegai-os efetivamente do amor às coisas terrenas e do amor a si mesmos. Enchei-os de vosso divino espírito. Dai-lhes o zelo pela vossa glória e pela salvação das almas. Dai-lhes todas as graças e as virtudes necessárias para exercerem bem seu ofício.”
Depois de todos os meus postulados, vi que o Pai executaria o que lhe pedia. Comunicaria a todos as graças mencionadas, sem excetuar sequer o discípulo que me haveria de trair, mostrando-se para com todos amoroso e liberal. Pedi-lhe ainda o arrependimento de Judas, a fim de que, depois da traição, ficasse arrependido e contrito. Também isso o Pai me concedeu, como de fato aconteceu. Ele se arrependeu e reconheceu o próprio pecado, mas dependeu dele desesperar da divina misecórdia e não querer se prevalecer da graça divina, mas servir-se do arrependimento, ao invés, para mais ofender a divina misericórdia, a qual se mostrava assim propícia para com aquele que desesperava, qual ímpio, e que depois de haver traído o mestre, traiu igualmente a si mesmo.
Tendo obtido do Pai todas as graças para os apóstolos, pedi-lhe ainda por todos aqueles que os seguiriam no ministério e no mundo se aplicariam a tão grande exercício. O Pai me prometeu também em favor dos demais. Vi que muitos aproveitariam isso, tirariam grande lucro para si mesmos e muito adquiriam nas almas. Alegrei-me, tributei graças ao Pai. Vi, porém, o grande número dos que abusariam. Senti amargura, tanto mais que causariam dano não a si, mas a muitos outros, que por seu intermédio teriam podido converter-se. Por isso, supliquei ao Pai, substituí-los por outros que corresponderiam à graça. Vi que o Pai o faria em suas admiráveis disposições. Rendi-lhe, portanto, as devidas graças em nome de todos, louvei e magnifiquei a sua infinita bondade e misericórdia, também em nome de todos os meus irmãos.
Finalizada minha oração, falei aos doze apóstolos e disse-lhes: “Sabei, caros e amados discípulos, que o Pai vos escolheu para meus apóstolos; portanto, seguir-me-eis por toda parte aonde for. Sereis testemunhas fiéis de todas as minhas obras. Sereis as colunas que regerão minha Igreja e evindeciareis ao mundo toda a minha doutrina e a nova Lei da graça, que vim trazer. Sereis meus companheiros em todas as tribulações e perseguições. Não acrediteis que ser meus apóstolos, íntimos e familiares, consiste em prazer. Não! Mas como vereis que hei de sofrer muito, assim deveis ser vós partícipes de minhas penas. Sois meus seguidores, eu sou vosso mestre; por isso entendei que o discípulo não é acima do mestre. Vós me reconheceis como o vosso Chefe e Senhor. Não há súdito acima do patrono.Se o mundo vos odiar, sabeis que antes me odiou a mim. Vereis como serei desprezado, vilipendiado, escarnecido ,ultrajado; portanto deve bastar-vos que o mundo vos trate como me trata. Regozijai-vos e alegrai-vos nas tribulações e perseguições, porque a vossa recompensa é muito copiosa no reino dos céus. Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração; por isso sofrei tudo com paciência. Em vossa paciência possuireis as vossas almas e sereis senhores de vós mesmos vencendo as paixões. Observai-me em tudo, e procurai imitar-me perfeitamente. Ouvi atentamente a minha doutrina, porque depois de minha morte deveis semeá-la por todo o mundo e conduzir todas as nações ao conhecimento do verdadeiro Deus e de meu Nome. Tivestes sorte. De pobres pescadores de peixes, tornar-vos-eis pescadores de homens, de pessoas ignorantes, inexpertas, confundireis a sabedoria humana e tornareis conhecida no mundo a virtude e o poder do meu Nome. Minhas obras causarão escândalos aos ímpios, aos seguidores dos ditames do mundo e ao inimigo infernal. Muitos destes escandalizar-se-ão. Mas felizes sereis vós e todos aqueles que não se escandalirazem de mim, mas acreditarem em minhas obras e em minha doutrina. Demonstrareis ser meus verdadeiros amigos se fizerdes o que vos ensino e ordeno.”
A essas e outras palavras proferidas diante dos apóstolos, inflamaram-se todos num vivo desejo de seguir-me e imitar-me. Enquanto lhes falava, o Pai iluminava-os interiormente e fazia com que conhecessem ainda mais a minha virtude. Por isso, desfaziam-se em lágrimas de ternura e de amor, em particular Pedro que me amava muito ardorosamente. Estava de certo modo absorto a ouvir-me, com os olhos fixos em mim. Foi o primeiro a falar, declarando-me: “Mestre, jamais te abandonarei, seguir-te-ei até a morte, uma vez que me tocou a tão grande fortuna de conhecer-te e ser teu discípulo.” Em seguida, todos os outros protestaram seguir-me fielmente. Prostraram-se todos aos meus pés, reconhecendo-me por Mestre e senhor.
Impetrei-lhes a bênção do divino Pai e abençoei-os em nome dele. Adverti-os a estarem vigilantes, porque o inimigo infernal haveria de causar-lhes tribulações e os tentaria. Por isso, deviam armar-se sempre com o escudo da oração. Mediante a humildade expulsariam de si o pai da soberba.
Após o discurso, rendi graças ao divino Pai, com os apóstolos; desci com eles do monte para ir ao templo pregar, porque já era tempo. Desde aquele momento, estes discípulos consideraram-me com amor maior e seguiram-me com muito afeto e generosidade.
Na eleição dos apóstolos, volvi o pensamento a meus irmãos e vi todos os que pertenceriam ao número dos eleitos, como também os réprobos. Grande foi o consolo que tive por causa dos eleitos; roguei ao Pai dar-lhes graças necessárias à salvação eterna, junto com todos os auxílios e luzes divinas. Muitas foram as graças impetradas para cada um em particular. Por eles agradeci e louvei ao Pai. Rezei muito ainda pelos outros que vi réprobos, os quais trouxeram suma amargura e dor ao meu Coração. Vendo o número desmesurado deles, inteiramente aflito exclamei e pedi misericórdia ao Pai por todos. O pai me consolou, fazendo-me ver a sua misericórdia aberta a todos e as muitas graças que a todos distribuiria, para se salvarem, se quisessem. Vi a obstinação deles; voluntariamente se perderiam. Quando me compadeci desta miséria e quão grande foi a pena de meu Coração, que desejava fossem todos salvos, uma vez que viera ao mundo para salvar a todos. Embora visse que, por si mesmos queriam perder-se, não correspondendo à graça, não podia, contudo, deixar de sentir suma dor em minha humanidade.
Maria Cecília Baij
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