Fui acordado por São Miguel às 24,00 horas:

« Testemunharás agora, algo maravilhoso! »

Acordei escutando um lindo coral que executava o “ Canto das Bandeiras”. Era o céu cantando: um coro de milhares de Anjos. Meu coração não se continha e ora disparava, ora quase parava...

E milhões de Anjos formavam um corredor que vinha desde o céu: milhares de Santos enfileirados e, mais abaixo, Hilda em seu purgatório!

Hilda erguia as mãos em súplica e nelas o Santo Escapulário de Nossa Senhora do Carmo. Em vida ela fazia parte da Confraria do Carmo, e levava isto a sério, rezando sempre as orações da regra.

Uma mão, do alto, ergueu-a e a puxou para fora!

-         Que lindo,  D. Amélia – ela disse – isto aqui é muito lindo! Muito obrigada.

               Já não haviam mais formigas, nem os trajes velhos, nem o corpo desgastado pelo tempo: agora tudo era jovem. Ela aparentava uns dezenove anos!

               Tudo era puro! Tudo era lindo! O Tabor era alí !

               E, vindo do céu, a mais linda de todas as mulheres, a Mãe de Deus, envolta em um grande manto azul marinho, crivado de estrelas e sóis ofuscantes! Sua tez clara! Seu semblante radioso! Seu sorriso inconfundível e estonteante!

               A Mãe de Deus se fez vestir com os esplendores da Mãe do Brasil, Nossa Senhora Aparecida, embora Seu rosto fosse branco como o de Hilda!

               Tomou Hilda pela mão, abraçou-a e abrindo seu braço direito cobriu-a com seu manto apertando-a junto a sí... Começou a caminhar para o alto.

               “ Gostaria de dar um presente a Deus “– pediu Hilda – mostrando um pequeno embrulho.

               A Mãe de Deus sorriu!  E, diante do Pai, fez grande reverência e entregou- Lhe o pacote.

                “ Pai Santo, Te entrego Norma e Cláudio! “

                E Deus abriu o pacote! Naquele instante não pude conter as emoções e chorei cupiosamente, a ponto de preocupar Norma que silenciosamente acompanhava meu estado de êxtase, desde o momento que eu a acordara para que participasse de tal maravilha.

                No pacote estava o livro Salvai Almas, que relata a história da Ponte da Salvação que causou a conversão e agora a salvação de Hilda.

                Não era a nós que ela queria agradecer com este gesto: era o próprio Deus, pois tudo veio Dele. E, num ato de gratidão e amor, devolve a Ele em forma de presente, todo o plano de salvação, que dera a ela a certeza do céu! E o Pai a envolveu e a levou.

                E todo o céu cantou a maravilhas do Deus Poderoso e acima de tudo, Misericordioso.

                Acabou ! Fiquei aguardando mais, mais e mais, mas terminou alí! O ponto final de um mundo cheio de problemas, para uma alma que aceitou o convite de Deus, e a partir de então, tentou viver para Ele...

                E eu, ainda atônito, tive impregnado em minha mente e coração por vários dias, aquela música cantada por milhões de anjos em homenagem a Mãe Aparecida, a Mãe que Hilda tanto amava.

                O Canto das Bandeiras, após este dia é executado em todos os nossos cenáculos, em qualquer lugar onde estivermos, bem ensaiado pelo grupo orientado pelo Geraldo, o músico do Grupo da Paz, da Matriz de Porto Belo.  Bem ensaiado, lindo, para chegar perto daquele inigualável  Coral dos Anjos.

                 Amém.